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Bolsonaro se encontra 'estável' após operação em São Paulo

28/01/2019 19h20

São Paulo, 28 Jan 2019 (AFP) - O presidente Jair Bolsonaro foi submetido, nesta segunda-feira (28), a uma cirurgia abdominal "sem intercorrências" em São Paulo para a retirada da bolsa de colostomia que foi colocada depois do atentado sofrido em setembro.

Em um breve comunicado, o Hospital Israelita Albert Einstein informou que a operação foi realizada "sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue" e que o presidente, levado para a Unidade de Terapia Intensiva, se encontra "clinicamente estável, consciente, sem dor".

A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto disse que a intervenção foi concluída "com êxito".

Pouco depois, Bolsonaro se manifestou no Twitter com uma mensagem sem texto e três emojis: uma bandeira do Brasil, uma mão fazendo o sinal de positivo e duas mãos em posição de agradecimento.

Bolsonaro deverá permanecer até 10 dias em recuperação. O vice-presidente, Hamilton Mourão, assumiu interinamente a Presidência, mas está previsto que na quarta-feira Bolsonaro recupere as suas atribuições presidenciais e comece a despachar do hospital.

A equipe médica detalhou que se tratou de uma "cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal" e que teve que lidar com as aderências que restaram das duas operações anteriores.

"Foi realizada anastomose do íleo com o cólon transverso, que é a união do intestino delgado com o intestino grosso", assinala o comunicado.

Bolsonaro foi esfaqueado no abdômen em 6 de setembro durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Foi, então, submetido a uma cirurgia nesta cidade e, no dia seguinte, transferido para o hospital paulista, onde ficou internado por 23 dias e foi operado uma segunda vez.

As aderências das operações anteriores exigiram "uma verdadeira obra de arte" dos médicos, declarou o porta-voz de Bolsonaro, o general Otávio do Rêgo Barros.

- 'Guerreiro e presidente' -Na véspera da cirurgia, o próprio Bolsonaro, de 63 anos, havia anunciado em um vídeo publicado nas redes sociais que a operação duraria cerca de "três horas", mas, no fim, acabou se prolongando por sete horas.

O presidente permanecerá em "estrito repouso" durante 48 horas a contar do início da operação, no início da manhã desta segunda-feira.

"Que estejamos todos em união, rogando ao Pai Todo Poderoso, Senhor de todos os exércitos, pelo sucesso da cirurgia a que é submetido e plena recuperação do nosso guerreiro e Presidente @jairbolsonaro", tuitou Mourão, que já havia assumido interinamente o cargo durante a viagem de Bolsonaro ao Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça), de 21 a 24 de janeiro.

Rêgo Barros explicou que junto ao quarto onde Bolsonaro irá se recuperar será montada uma estrutura que permitirá ao presidente orientar seus ministros e, inclusive, recebê-los, se os médicos autorizarem.

Entre o seu retorno de Davos e a sua hospitalização, o presidente sobrevoou no sábado a localidade de Brumadinho, Minas Gerais, atingida pelo rompimento da barragem de rejeitos que, segundo o balanço mais recente, deixou 60 mortos e quase 300 desaparecidos.