Número de abusos sexuais dentro das academias militares dos EUA dobra em dois anos
O número de casos de abuso sexual reportados em academias militares dos Estados Unidos cresceu ao menos 50% nos últimos dois anos, apesar dos esforços para combater este problema, revelou um informe do Pentágono publicado nesta quinta-feira (31).
Cerca de 12.900 cadetes frequentam escolas das Forças Armadas para se tornarem militares americanos. Todos os anos, eles podem responder voluntariamente a uma pesquisa anônima sobre contatos sexuais indesejados ou agressões desse tipo.
Em 2018, 747 cadetes reportaram ter sido agredidos sexualmente, um aumento de 47% em relação aos 507 de 2016. "Estes resultados são frustrantes, desanimadores e inaceitáveis", disse Elise Van Winkle, que lidera o departamento de preparação e de pessoal do Pentágono.
O maior aumento foi observado na Academia West Point da Armada em Nova York, onde 16,5% das mulheres reportaram algum tipo de agressão sexual, um aumento em relação aos 10,2% anteriores.
Em um comunicado, os líderes principais do Exército disseram que o informe era "preocupante e decepcionante". "Isto não se trata só do pessoal e da faculdade do Exército em West Point, também esperamos mais dos cadetes, que são os futuros líderes de nosso Exército", afirma o comunicado.
Os aumentos no passado foram atribuídos a uma maior consciência das agressões sexuais e, portanto, a um maior número de pessoas que relataram os casos, mas este ano o Pentágono disse que o problema tem razões mais profundas que ainda devem ser abordadas.
"A tendência é um reflexo da onipresença desta conduta indevida e a dificuldade de manter uma mudança de cultura ao longo do tempo", disse Van Winkle.
O informe revelou que a quantidade de casos de agressão sexual denunciados às autoridades atingiu um novo recorde de 117, um aumento em relação aos 112 anteriores.
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