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Congressistas democratas atacam estratégia de Trump para o muro

26/02/2019 20h20

Washington, 26 Fev 2019 (AFP) - Os democratas esperam aprovar nesta terça-feira (26) na Câmara de Representantes uma resolução contra a "emergência nacional" declarada pelo presidente Donald Trump para construir um muro na fronteira dos Estados Unidos com o México, um revés que pode se transformar em situação desfavorável se o Senado a confirmar.

Esta possibilidade fica cada vez mais próxima da realidade à medida que vários senadores republicanos expressam seu incômodo com o uso feito pelo governo desta medida de exceção.

Mas embora esta iniciativa consiga o apoio das duas câmaras, em última instância enfrentará o veto presidencial.

"O governo se opõe firmemente" a este texto, informou a Casa Branca em um comunicado, acrescentando que se for aprovado, os assessores de Trump "recomendariam que o vete".

Neste caso, a oposição teria poucas possibilidades de suspender o veto, pois para isto precisaria de uma maioria de dois terços no Congresso.

De qualquer forma, este cenário representaria um duro golpe para o presidente republicano, pois o forçaria a usar seu primeiro veto para forçar a aprovação de uma de suas decisões mais controversas.

Trump, que mantém o apoio de suas bases, advertiu os senadores republicanos no Twiiter e os advertiu a "não cair nas armadilhas dos democratas".

"Espero que nossos fabulosos senadores republicanos não se deixem levar pelo caminho de uma frágil e ineficaz segurança fronteiriça", advertiu Trump nesta segunda-feira.

O muro foi uma das grandes promessas de campanha de Trump e por isso em 15 de fevereiro decidiu passar por cima do Congresso e declarar emergência nacional para ter acesso a fundos federais.

Em três cartas abertas, cerca de 20 ex-legisladores republicanos, 60 ex-funcionários de todas as áreas, pelo menos meia dúzia deles que trabalharam com ex-presidentes republicanos, além da poderosa organização defensora dos direitos civis ACLU, denunciaram na segunda-feira o uso feito da "emergência nacional".

Paralelamente, 16 estados deram início em 18 de fevereiro a uma batalha judicial, ao apresentar uma ação contra a decisão presidencial em um tribunal federal da Califórnia.

"para defender nossa democracia, a Câmara aprovará" a resolução para "pôr um fim à declaração de emergência", prometeu a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, que na semana passada já tinha denunciado "a afirmação falsa do presidente de que há uma crise na fronteira".

- Incerteza -A votação estava prevista para a tarde desta terça.

A resolução introduzida pelos democratas, que têm a maioria na Câmara dos Representantes, já tem mais de 225 apoios no plenário, uma maioria folgada.

Depois, têm prazo de 15 dias para enviá-la ao Senado, onde os republicanos têm 53 dos cem assentos. Ali, precisa de uma maioria simples para ser adotada.

Nesta terça, o líder da bancada republicana, Mitch McDonnell, reconheceu a incerteza em suas fileiras, pois três senadores disseram que vão se alinhar aos democratas.

Neste cenário e se os 47 democratas votarem alinhados, só faltaria uma voz republicana para aprovar o texto.

A medida excepcional de Trump visa a destravar fundos para construir um muro na fronteira com o México, que, segundo o presidente, impedirá a imigração ilegal, depois que o Congresso não aprovou os 5,7 bilhões de dólares necessários para sua construção.

A insistência de Trump de que o Congresso aprove o financiamento para a construção do muro levou a uma paralisação parcial do governo em 35 dias em dezembro e janeiro.

Finalmente, e antes do término do prazo dado pelo presidente para chegar a um novo acordo, os democratas e republicanos concordaram com um orçamento que concede quase 1,4 bilhão de dólares para construir cercas e barreiras na fronteira.

Trump concordou em promulgar esta lei orçamentária para evitar um novo "fechamento", mas ao mesmo tempo declarou a "emergência nacional".

De acordo com a Casa Branca, o presidente também poderá desbloquear fundos federais - destinados principalmente ao Pentágono - para chegar a cerca de 8 bilhões de dólares.

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