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Chanceler da Venezuela pede na ONU uma reunião entre Trump e Maduro

27/02/2019 13h20

Genebra, 27 Fev 2019 (AFP) - O ministro venezuelano das Relações Exteriores pediu nesta quarta-feira na ONU uma reunião entre os presidentes americano Donald Trump e venezuelano Nicolas Maduro para tentar encontrar uma saída para a crise.

Em discurso ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra, Jorge Arreaza disse que o presidente Maduro "está pronto para o diálogo (...) mesmo com os Estados Unidos".

"Voltamos a sugerir o caminho do diálogo, o diálogo com os Estados Unidos, e por que não uma reunião entre o presidente Trump e o presidente Maduro?", questionou.

"Existem diferenças, vamos trabalhar em concordâncias", acrescentou.

Antes de lançar este apelo, o ministro denunciou por vários minutos o que descreveu como uma "agressão" contra seu país, bem como o bloqueio econômico e o congelamento de ativos venezuelanos no exterior.

"Este conselho de direitos humanos deve levantar a voz porque o bloqueio contra a Venezuela e as medidas coercitivas unilaterais violam a Carta das Nações Unidas", afirmou.

"Chega de tanta agressão", acrescentou.

Arreaza voltou a acusar os Estados Unidos de querer invadir a Venezuela, amparando-se na distribuição de ajuda humanitária.

"Sob o pretexto da crise humanitária, uma intervenção é planejada em meu país", insistiu.

Arreaza também reiterou seu convite à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, para visitar a Venezuela e avaliar pessoalmente o impacto do "bloqueio" liderado pelos Estados Unidos.

Um grupo de embaixadores de países europeus e latino-americanos levantou-se de seus lugares e deixou a sessão do Conselho de Direitos Humanos quando Arreaza iniciou seu discurso.

Já os Estados Unidos - que estão ausentes em reuniões do Conselho de Direitos Humanos após a decisão de Trump no ano passado de se retirar do órgão da ONU - boicotaram uma intervenção venezuelana na conferência do Desarmamento da ONU.

O representante de Washington, Robert Wood, deixou o plenário deste órgão quando um diplomata de Caracas iniciou seu discurso.

Wood rejeitou imediatamente qualquer encontro de Trump com Maduro.

"O presidente Trump está pronto para se encontrar com o verdadeiro presidente da Venezuela, Juan Guaidó", disse o diplomata americano.

O presidente opositor da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se proclamou presidente interino em 23 de janeiro, é apoiado por cinquenta países, incluindo os Estados Unidos, o Brasil, a Colômbia e a maioria dos membros da União Europeia.

Depois de chamar de "uma infelicidade" que os representantes de Maduro possam intervir em nome da Venezuela junto à ONU, Wood disse que o boicote de dezenas de países quando o chanceler venezuelano tomou a palavra "enviou uma mensagem muito poderosa".

Cerca de 2,7 milhões de venezuelanos deixaram o país desde 2015 devido à devastadora crise política, econômica e social.

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