Oposição nigeriana impugnará a reeleição de Muhammadu Buhari
Abuja, 27 Fev 2019 (AFP) - O opositor nigeriano Atiku Abubakar anunciou nesta quarta-feira que rejeita os resultados das eleições que apontam a vitória do presidente Muhammadu Buhari com 56% dos votos e vai apresentar um pedido de impugnação nos tribunais.
"Se tivesse perdido em eleições livres e transparentes, eu teria ligado para o vencedor em um segundo", afirmou o candidato do Partido Popular Democrático (PDP) em um comunicado.
"Rejeito os resultados das eleições da vergonha de 23 de fevereiro de 2019 e vou impugná-los em um tribunal".
De acordo com os resultados definitivos divulgados pela Comissão Eleitoral (INEC), Buhari foi reeleito presidente da Nigéria, país de maior população da África, com 56% dos votos.
O INEC ainda não havia feito até a noite de terça o anúncio oficial da vitória de Buhari, mas contabilizando os resultados do país, assim como da capital federal, Abuja, o presidente tinha uma vantagem de quase quatro milhões de votos com relação ao seu principal adversário, Atiku Abubakar (41%).
Apesar da hora avançada para o anúncio oficial, centenas de pessoas se reuniram na sede do governista Congresso dos Progressistas (APC), em Abuja, para comemorar os resultados ao ritmo de música afropop.
O porta-voz do partido, Bashir Ahmad, já tinha anunciado no Twitter "Buhari venceu", antes da proclamação oficial.
À medida que a Comissão Eleitoral Independente anunciava os resultados diminuía o suspense desta disputa eleitoral, que tinha se anunciado muito apertada entre o presidente e o candidato do Partido Popular Democrático (PPD).
A diferença entre os dois candidatos, ambos da etnia hausa do norte e muçulmanos, era menos pronunciada do que nas eleições de 2015 entre Buhari e Goodluck Jonathan, cristão do Delta (sul), mas Buhari conseguiu manter uma ampla vantagem com relação ao seu adversário.
Atiku Abubakar, um rico homem de negócios e ex-vice-presidente da Nigéria (1999-2007) é considerado um dos políticos mais corruptos do país.
Buhari, um ex-general que já dirigiu o país em 1983, durante as ditaduras militares, é um homem de negócios que se comprometeu a conduzir uma luta feroz contra a corrupção, o câncer que corrói o primeiro produtor de petróleo da África.
Após um primeiro mandato moderado e muito criticado no campo econômico e da segurança, Buhari mantinha ampla vantagem em seus redutos, onde superava 70% dos votos, mas perdeu quase 435.000 votos em um deles, na grande cidade de Kano (norte).
Seus críticos costumam acusá-lo também de promover uma guerra às bruxas contra seus opositores, disfarçando-a de luta contra a corrupção.
Abubakar não conseguiu unanimidade na região iorubá do sudoeste, onde o partido no poder manteve a maioria dos votos, nem no sudeste igbo.
A oposição denunciou fraudes maciças do partido no poder para manter Muhammadu Buhari no comando do país e pediu a interrupção dos resultados na noite de terça-feira. Mas esta solicitação só pode ser feita por via judicial.
A mobilização dos eleitores nigerianos no pleito foi fraca, com taxa de participação de cerca de 40%.
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