Topo

ONU adverte sobre aumento de tensões após teste de armas norte-coreano

16.nov.2018 - Kim Jong-un inspeciona local de testes e supervisiona uma nova arma tática da Coreia do Norte em imagem divulgada pela agência oficial norte-coreana - KCNA VIA KNS / AFP
16.nov.2018 - Kim Jong-un inspeciona local de testes e supervisiona uma nova arma tática da Coreia do Norte em imagem divulgada pela agência oficial norte-coreana Imagem: KCNA VIA KNS / AFP

06/05/2019 18h34

As Nações Unidas criticaram nesta segunda-feira (6) a Coreia do Norte pelo mais recente teste com armas, advertindo que tal ação só aumentará as tensões regionais.

No sábado passado, os militares norte-coreanos testaram um lança-foguetes de longo alcance e armas táticas teledirigidas, um ato de provocação que, contudo, não está no mesmo nível dos lançamentos de mísseis que levaram a sanções internacionais em 2017.

"Estamos a par dos recentes lançamentos" realizados pela Coreia do Norte, disse à imprensa a porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

"Tal ação apenas serve para aumentar as tensões na região", acrescentou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pede a todas as partes a "continuar com o diálogo para promover uma paz sustentável e uma desnuclearização completa e verificável na península da Coreia", disse Dujarric.

Depois do teste, o governo dos Estados Unidos informou que continuará pressionando as conversas com Pyongyang para eliminar os programas de mísseis balísticos e nucleares da Coreia do Norte.

O presidente americano, Donald Trump, se reuniu duas vezes com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, mas o último encontro no Vietnã não teve avanços por conta das exigências de Pyongyang para ter o fim imediato das sanções.

Os Estados Unidos insistem que as sanções só serão encerradas assim que Coreia do Norte eliminar por completo seus programas armamentistas.

Direitos humanos em pauta

O Departamento de Estado americano manifestou nesta segunda preocupação em relação aos direitos humanos na Coreia do Norte, citando entre outros motivos a presença de cerca de 100 mil pessoas em campos de detenção políticos, após Trump voltar a afirmar que confia em Kim Jong Un.

O presidente americano tenta fechar um acordo histórico com a Coreia para encerrar seu programa nuclear, o que tem deixado de lado a discussão em torno dos direitos humanos nos encontros entre os líderes dos dois países.

Mas numa declaração durante a "semana da liberdade na Coreia do Norte", promovida por organizações civis em Washington, o Departamento de Estado elogiou os desertores e outros ativistas que "lançam luz sobre a grave situação dos direitos humanos" no estado totalitário.

"Seguimos seriamente preocupados e profundamente angustiados por estos abusos", disse em um comunicado o porta-voz do departamento de Estado, Morgan Ortagus.

"Continuamos trabalhando com a comunidade internacional para criar consciência, ressaltar os abusos e as violações, melhorar o acesso à informação independente e promover o respeito pelos direitos humanos na Coreia do Norte", disse.

De acordo com Morgan Ortagus, há cerca de 100 mil norte-coreanos em campos de detenção políticos, que incluem parentes dos acusados de dissidentes. Além disso, o porta-voz informou que aqueles que tentaram fugir foram "torturados ou assassinados".

No sábado passado, Trump defendeu Kim, apesar dos novos testes com armas.

"Creio que Kim Jong Un compreende plenamente o grande potencial econômico da Coreia do Norte, e não fará nada para interferir ou acabar com ele", escreveu Trump no Twitter.

"Também sabe que estou com ele e não quer quebrar sua promessa", acrescentou.