Para Bolsonaro, o 'grande problema' do Brasil é a classe política
Rio de Janeiro, 21 Mai 2019 (AFP) - "O grande problema [do Brasil] é a nossa classe política", disse nesta segunda-feira (20) o presidente Jair Bolsonaro, que respaldou a convocação "espontânea" de manifestações de apoio a seu governo no próximo domingo para exigir que o Congresso agilize a votação de suas medidas econômicas.
"É um país maravilhoso que tem tudo para dar certo, mas o grande problema é a nossa classe política", disse Bolsonaro em um ato na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.
"Temos que mudar isso", acrescentou o presidente, cujos principais projetos, como a reforma da Previdência, apresentada como a pedra fundamental para reduzir o déficit público, enfrenta oposição no Congresso.
Sem essa reforma "vão faltar recursos para o futuro", advertiu.
Mas Bolsonaro moderou o tom pela noite durante o lançamento em Brasília de uma campanha informativa sobre a reforma da previdência.
"Valorizamos, sim, o parlamento brasileiro que vai ser aquele que dará a palavra final sobre a reforma da previdência, tão combatida nos últimos anos", declarou.
O presidente distribuiu na última quinta-feira em grupos de Whatsapp um texto, que não era de sua autoria, que afirmava que o Brasil era "ingovernável sem conchavos" políticos. E nesta segunda se definiu como uma pessoa com "valor para enfrentar grupos corporativos".
Bolsonaro, que na semana passada enfrentou a primeira grande manifestação contrária a suas políticas, mencionou a convocação de seus partidários para sair às ruas no domingo e mostrar que o eleitorado ainda confia nele.
Esta manifestação será uma tentativa de mostrar força após a grande mobilização de estudantes e professores na última quarta-feira em todo Brasil contra o corte de verbas para as universidades e institutos federais de ensino.
"Sinto que esse movimento espontâneo previsto para o dia 26 [de maio] quer agilidade para votar as propostas dentro da Câmara e do Senado. Se ele tiverem propostas melhores que a nossa, que as coloquem em votação", declarou.
A convocação gerou divergências entre os aliados do próprio governo. Uma das mais notórias foi da deputada estadual por São Paulo, Janaína Paschoal, que pediu a Bolsonaro que "pare de dramatizar e comece a trabalhar".
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