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Ex-primeiro-ministro Ehud Barak funda novo partido em Israel

26/06/2019 17h57

Tel Aviv, 26 Jun 2019 (AFP) - O ex-primeiro-ministro israelense Ehud Barak, anunciou nesta quarta-feira (26) a criação de um novo partido que vai concorrer às legislativas de 17 de setembro para "dar fim ao poder de Netanyahu", o atual chefe de governo.

Ehud Barak, de 77 anos, sucedeu Benjamin Netanyahu em 1999 antes de se afastar da vida política em 2013.

"Criamos um novo partido para acabar com o poder de Netanyahu", declarou Barak numa conferência de imprensa em Tel Aviv. O nome do novo partido será revelado em "duas semanas" durante seu lançamento oficial, informou.

Ex-chefe do Estado Maior do Exército israelense, Barak foi ministro de Defesa no governo de Netanyahu entre 2007 e 2013.

"Eu te conheço há 50 anos...é o fim do caminho para você", declarou Barak dirigindo-se diretamente ao primeiro-ministro, de quem foi comandante nos anos 1970 numa unidade de elite do exército.

Denunciando as práticas "corruptas" de Netanyahu, Ehud Barak afirmou que Israel "nunca viveu dias tão sombrios".

Benjamin Netanyahu, de 69 anos, 13 dos quais no poder, deverá comparecer perante o procurador do Estado para responder por acusações de "corrupção", "fraude" e "abuso de confiança" em três casos.

Tendo falhado em seus esforços para formar uma coalizão governamental após as eleições legislativas antecipadas de 9 de abril, preferiu provocar novas eleições, marcadas para 17 de setembro próximo.

O presidente da Knesset (Parlamento), Yuli Edelstein, declarou na terça-feira que examinará a possibilidade de anular este pleito, uma proposta apoiada pelo primeiro-ministro.

"Estimo os esforços de Edelstein para tentar evitar novas eleições", escreveu Netanyahu neta quarta-feira no Facebook.

Seu principal adversário, o ex-chefe de Estado Maior Benny Gantz, que lidera a lista do "Azul-Branco" (de centro, com 35 representantes entre 120 do parlamento), declarou nesta quarta-feira que "não há como voltar atrás", ao mesmo tempo que assegurava que, se fosse possível, ele aceitaria estar em um governo de unidade nacional, mas "sem Netanyahu".