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No México, "El Chapo" sai das páginas policiais e entra no mundo da moda

Em Guadalajara (México)

17/07/2019 10h23

Jaquetas em cores metálicas ou com estampas florais, extravagantes cintos bordados ou um casaco feminino com a imagem de Joaquín "El Chapo" Guzmán, são algumas peças de uma linha de roupas inspiradas no narcotraficante lançada ontem, um dia antes de ser divulgada a sentença do criminoso nos Estados Unidos.

"El Chapo 701" é a marca de roupa apresentada numa exposição de moda na cidade mexicana de Guadalajara (oeste). Apesar de ocupar um espaço pequeno e escondido, é um dos pontos mais visitados da feira.

A linha, segundo Gilberto de Anda, que se apresentou como advogado da firma, seria de propriedade de Alejandrina Guzmán, filha do narcotraficante, apesar da imprensa mexicana apontar que a dona seja da atual esposa do traficante.

Mais do que um negócio, acrescenta De Anda, se trataria de um gesto altruísta. "Os lucros estão destinados aos (presos nos) presídios e às pessoas que necessitam de ajuda".

Sacola de papel com a imagem do narcotraficante mexicano El Chapo no stand da marca "El Chapo 701" - Fernando Carranza/Reuters - Fernando Carranza/Reuters
Sacola de papel com a imagem do narcotraficante mexicano El Chapo no stand da marca "El Chapo 701"
Imagem: Fernando Carranza/Reuters

O catálogo contém cerca de vinte itens, entre roupas e acessórios, muitas delas com o número 701 impresso, a posição que a revista Forbes indicou que pertencia a Guzmán entre os homens mais ricos do mundo em 2009.

"Produzido por presidiários e ex-detentos da prisão de Puente Grande. Numerados de 001 a 701", destaca a publicidade, que acrescenta que quem comprar estes produtos ajudarão na "reinserção social" dos prisioneiros.

Mulher sorri enquanto escolhe uma roupa da marca "El Chapo 701" - Ulises Ruiz/AFP - Ulises Ruiz/AFP
Mulher sorri enquanto escolhe uma roupa da marca "El Chapo 701"
Imagem: Ulises Ruiz/AFP

Guzmán, que chegou a ser considerado o narcotraficante mais poderoso do mundo, fugiu em janeiro de 2001 de Puente Grande.

Após ser capturado e ter fugido novamente em 2014, foi detido em janeiro de 2016 e em seguida extraditado aos Estados Unidos, onde é julgado por tráfico internacional de droga e pode ser condenado à prisão perpétua.