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Kim diz que lançamentos de mísseis são advertência a EUA e Coreia do Sul

Kim Jong-un quer que a propaganda do país melhore - KCNA
Kim Jong-un quer que a propaganda do país melhore Imagem: KCNA

06/08/2019 21h24

Os últimos lançamentos de mísseis da Coreia do Norte são uma "advertência" para Washington e Seul, que realizam manobras militares conjuntas, declarou o dirigente norte-coreano Kim Jong Un, citado nesta quarta-feira pela agência estatal KCNA.

"Parabenizando o êxito desse disparo de demostração, Kim Jong Un afirmou que essa ação militar seria uma ocasião para enviar uma advertência apropriada às manobras militares conjuntas efetuadas por Estados Unidos e Coreia do Sul", segundo a KCNA.

De acordo com essa fonte, Kim acompanhou os lançamentos que verificaram a "capacidade bélica" dos "mísseis táticos guiados de novo tipo".

O Estado-Maior das Forças Armadas da Coreia do Sul informou que a Coreia do Norte lançou nesta terça-feira dois projéteis que "assumimos que se trata de mísseis balísticos de médio alcance".

As manobras militares conjuntas entre Coreia do Sul e Estados Unidos sempre foram um elemento de tensão na região, mas é a primeira vez que a Coreia do Norte realiza testes de mísseis durante os exercícios.

O governo da Coreia do Norte já advertiu em várias oportunidades que os exercícios militares conjuntos poderão impactar os esforços realizados por Washington e Pyongyang para pavimentar algum tipo de acordo sobre a desnuclearização da península coreana.

As atuais manobras conjuntas foram reduzidas drasticamente em relação ao plano original, mas ainda assim Pyongyang considera os exercícios militares uma provocação.

Com os disparos de terça-feira, a Coreia do Norte completou quatro série de testes, de dois mísseis cada, nos últimos 12 dias.

Após a terceira série de disparos, na sexta-feira passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou os testes de mísseis de Pyongyang.

"Não tenho qualquer problema, vejamos o que acontece, mas os mísseis de curto alcance são muito padrão", disse Trump. "Pode ser que haja uma violação (das resoluções) da ONU, mas o presidente Kim não quer me decepcionar traindo minha confiança".

Diálogo ameaçado

Após um ano de ameaças e crescente tensão, Trump e Kim Jong Un realizaram uma reunião histórica no ano passado em Singapura, quando assinaram um documento vago sobre a "desnuclearização" da península.

Os dois líderes se encontraram novamente no Vietnã, em uma reunião que terminou abruptamente sem acordos, depois mantivera um rápido encontro na Linha de Demarcação que divide a península coreana, quando concordaram em manter os canais de conversação em um nível técnico, embora esses contatos ainda não tenham sido retomados.

Trump procura chegar a um acordo para conter a política nuclear da Coreia do Norte, e Pyongyang, em troca, exige a suspensão das sanções adotadas por Washington e parte da comunidade internacional.