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Doadores prometem US$ 500 milhões extras para florestas tropicais

23/09/2019 14h32

Nova York, 23 Set 2019 (AFP) - O Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a ONG Conservação Internacional decidiram doar US$ 500 milhões adicionais para o reflorestamento da Amazônia e de outras florestas tropicais - disse a Presidência francesa nesta segunda-feira (23).

O anúncio formal foi feito durante a reunião sobre a Amazônia nesta segunda, no âmbito da Assembleia Geral da ONU em Nova York, com a presença de vários chefes de Estado, como o presidente da França, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e os líderes de Chile, Colômbia e Bolívia, com a ausência do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

A União Europeia vai disponibilizar 190 milhões de euros no âmbito de seus programas de cooperação e desenvolvimento, enquanto que a Conservação Internacional aportará 20 milhões de dólares.

O objetivo é financiar projetos para a preservação da biodiversidade, o desenvolvimento de uma cadeia de valor sustentável, gestão duradoura de solos, promoção de conhecimentos tradicionais e cooperação transfonteiriça.

Macron foi irônico sobre a ausência de Bolsonaro, ao mesmo tempo em que estendeu a mão a Brasília, que o acusa de interferência em assuntos internos.

"Quais são os nossos riscos? Primeiro, o elefante na sala, ou melhor, o que não está aqui, o Brasil! Todo mundo me pergunta, como vamos fazer sem o Brasil? O Brasil é bem-vindo", disse Macron à tribuna.

"Precisamos de uma manobra inclusiva, respeitosa com cada um. Espero que nos próximos meses tenhamos condições políticas para avançar", acrescentou.

Segundo Macron, outros riscos são "que digamos números, palavras, mas sem resultados". Existem tantos fundos e programas que "o risco é dispersão, lentidão, ineficiência e que percebamos seis meses depois que os fundos não chegaram às populações afetadas", afirmou.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, destacou a necessidade urgente de conservar florestas.

"Uma colaboração internacional é necessária e urgente, e existe uma vontade enorme", disse Piñera, cujo país organizará a cúpula para a luta contra a mudança climática COP-25 em dezembro deste ano.

Três programas podem ser anunciados.

O Banco Mundial planeja estabelecer um programa "Pro Green", com Alemanha e França, para financiar projetos da terra. Já o Banco Interamericano de Desenvolvimento financiará ações nos grandes estados da Amazônia.

Além disso, a ONG americana Conservação Internacional apoiará projetos locais liderados por organizações não governamentais, comunidades indígenas e empresas privadas.

No total, cerca de US$ 500 milhões serão destinados a todas as florestas tropicais, disse o Palácio do Eliseu.

Esse valor, em empréstimos e doações, será adicionado às contribuições existentes feitas pela Alemanha e pela Noruega, principais doadores da floresta amazônica, mas que bloquearam os pagamentos ao Brasil para protestar contra a política do governo Bolsonaro.

Dadas as críticas do Brasil, que acusa a França de ingerência na soberania em sua parte da selva na Amazônia, Paris insistiu em que "é uma iniciativa inclusiva".

"Não se trata de questionar a soberania dos Estados, mas esses programas serão lançados independentemente da posição brasileira", afirmou o Eliseu.

Com 60% da maior floresta tropical do mundo em seu território, o Brasil tenta convencer o mundo de que tem a situação sob controle, depois que o forte desmatamento e a propagação de incêndios florestais causaram uma crise internacional em agosto passado.

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