Macron pede ao governo chinês maior abertura às empresas estrangeiras
O presidente francês Emmanuel Macron pediu nesta terça-feira a China que consolide a abertura de seu grande mercado às empresas estrangeiras e que coopere com a Europa na luta contra as tentações unilaterais, em um momento de tensão comercial.
"Precisamos de uma abertura maior da China e de seu mercado", declarou o francês durante a cerimônia de inauguração da Exposição Internacional de Importações da China.
Macron citou muitos avanços nos últimos anos, incluindo cortes tarifários e reformas no setor financeiro. "Mas pedimos sua consolidação e aprofundamento", completou.
Para sua segunda visita em dois anos a China, Macron viaja acompanhado por executivos das principais empresas francesas presentes no país de maior população do mundo, assim como de companhias que desejam entrar no gigante asiático mas enfrentam barreiras.
"A porta da China se abrirá ainda mais", declarou o presidente chinês, Xi Jinping, que pediu uma "oposição firme ao protecionismo e ao unilateralismo", em referência à guerra comercial entre seu país e Washington.
Macron defendeu um acordo comercial entre China e Estados Unidos "que preserve os interesses" de outros países, começando pelos da União Europeia, principal parceiro econômico de Pequim.
Sem citar o presidente americano Donald Trump, Macron denunciou o recurso "da ação unilateral, da arma tarifária e da lei do mais forte".
"A guerra comercial só causa perdedores" e afeta negativamente o crescimento global, disse o francês.
Trump anunciou que em um novo acordo Pequim se comprometerá a comprar mais produtos agrícolas dos Estados Unidos.
Para Macron, UE e China devem trabalhar em "uma agenda de cooperação e harmonia", que supere as divergências, às vezes profundas, entre seus dois modelos.
"Que jovem chinês pode estar convencido do interesse da abertura do comércio internacional se isto não o ajudar a viver melhor, a se alimentar melhor? Que jovem francês pode estar convencido do interesse da abertura se isto o torna mais dependente de escolhas tecnológicas feitas em outros lugares e menos dono de seu destino?", perguntou.
Durante a visita, que termina na quarta-feira, devem ser anunciados quase 40 contratos, especialmente nos setores da aeronáutica, espaço e agricultura, segundo a presidência francesa.
A China é atualmente o sétimo maior cliente da França e o segundo maior fornecedor. As exportações francesas para o país asiático cresceram 11% no ano passado, a 21 bilhões de euros.
A visita também será marcada pela inauguração do novo Centro Georges Pompidou, destinado a virar um grande espaço cultural de Xangai.
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