Coronavírus avança sem parar na América, com novos focos de surtos
O coronavírus se propaga de maneira implacável pela América Latina, com Brasil e México à frente, com novos recordes diários de contágios, enquanto o mundo observa com preocupação os novos focos que surgem em plena flexibilização do confinamento.
Com cerca de 35 mil casos novos, o Brasil chegou a marca de 1.067.576 contágios neste sábado, dia em que foram confirmados 1.022 óbitos, elevando o total a 49.976, números que deixam o pais atrás apenas dos Estados Unidos.
O Chile, outro ponto de surto na região, com 236.748 infectados, informou no sábado que a pandemia matou 7.144 pessoas no país, 75% a mais do que as registradas até o momento, depois de adicionar os casos prováveis.
Segundo o governo chileno, há 3.069 mortes no país provavelmente associadas à doença. A este total devem ser adicionadas os 4.075 óbitos por coronavírus certificados com um teste de PCR.
Os Estados Unidos, o país mais afetado pela pandemia com 119.654 vítimas fatais, tem contabilizado uma queda acentuada nos números diários em relação aos picos de abril. Apesar disso, cerca de vinte estados registraram um aumento nos casos nos últimos dias, e o vírus continua a impactar o sul e o oeste do país.
O México também relatou um número estonteante de infecções: mais de 5.000 novos casos confirmados nas últimas 24 horas, totalizando mais de 170.000 casos e 20.394 falecidos.
O avanço da pandemia leva as autoridades latino-americanas a recuar em seus planos desconfinamento.
Na Cidade do México, que programava a reabertura de mercados, restaurantes e outros estabelecimentos para a próxima segunda-feira, as autoridades prorrogaram o fechamento por mais uma semana.
O temor do retorno da doença também envolve os protestos antirracistas que sacudiram o país durante semanas e o retorno dos comícios de campanha do presidente de Donald Trump, com um grande comício previsto para este sábado em Oklahoma. Seis pessoas da equipe que preparava o evento republicano testaram positivo para a COVID-19 e foram afastados.
À medida que o coronavírus progride na América, a Europa continua sendo a região mais atingida.
O continente europeu, que está avançando em seu retorno a uma certa normalidade, foram registradas mais de 2,5 milhões de infecções, das quais 576.162 são na Rússia (7.660 falecidos), seguida pelo Reino Unido 304.580 casos e 42.674 mortos), Itália 238.275 e 34.610) e França (196.724 e 29.633), segundo uma contagem AFP sábado com base em fontes oficiais.
Prudência
Os países europeus prosseguem com as fases de flexibilização do confinamento, entre os temores de novos focos da doença.
A liga italiana de futebol voltou neste sábado depois de mais de 100 dias parada.
Antes da primeira partida entre Torino e Parma, os jogadores e árbitros, reunidos em torno do círculo central, observaram um minuto de silêncio em memória das vítimas da COVID-19.
Na camisa dos jogadores do Torino, estava escrito: "Obrigado a todos os nossos heróis".
Os franceses retornarão aos cinemas e à prática de esportes em equipe a partir de segunda-feira. Mas os estádios só devem ser reabertos em 11 de julho.
Também reabrirão as portas os centros de férias, cassinos e salas de jogos, com "respeito às regras sanitárias rigorosas", afirmou o governo.
O primeiro-ministro Edouard Philippe, no entanto, insistiu que é necessário ter "prudência" para tentar retomar as atividades "nas melhores condições" e descartou a possibilidade de um novo confinamento no caso de uma segunda onda de contágios.
"Fase perigosa"
A tentativa de volta a normalidade se mistura com os pedidos de cautela dos governos.
Na Espanha, onde o coronavírus tirou a vida de 28.322 pessoas, o primeiro-ministro Pedro Sánchez lembrou que o país permanece "vulnerável" à reabertura de suas fronteiras com seus vizinhos europeus no domingo.
"O vírus pode voltar e pode nos abalar novamente em uma segunda onda", alertou.
Sánchez também destacou que "embora a Espanha mantenha o vírus sob controle", assim como a União Europeia em geral, "o mesmo não ocorre em outras áreas do planeta", numa alusão velada ao continente americano.
As autoridades de saúde italianas recomendaram "prudência" depois de constatar na semana passada "sinais de alerta sobre a transmissão" do coronavírus, em particular em Roma.
A epidemia viral provocou oficialmente mais de 34.500 mortes no país.
O apelo das autoridades italianas coincide com o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que o mundo entrou em uma "fase perigosa" com a flexibilização progressiva do confinamento e a redução das restrições.
"O vírus segue com uma propagação rápida e continua sendo letal. A maioria das pessoas continuam expostas", advertiu o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus,
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