Cemitério boliviano amplia capacidade após denúncias de mortos em casas
O cemitério público de Cochabamba, no centro da Bolívia, ampliou sua capacidade hoje, depois de denúncias de casas funerárias sobre o acúmulo de corpos de vítimas da covid-19 em casas e necrotérios, devido à impossibilidade de enterrá-los.
Máquinas trabalhavam a todo vapor abrindo espaço para mais sepulturas, enquanto o único crematório da cidade estava saturado.
"Habilitamos 250 vagas para que possamos ter cobertura e, na próxima semana, teremos mais 500 espaços" entre túmulos subterrâneos e nichos acima da superfície, disse à AFP o secretário de governança do prefeito, Edwin Paredes.
Fossas com cerca de 40 metros de comprimento serão usadas "para corpos de indigentes", disse o funcionário, assegurando que é uma prática antiga.
As casas funerárias de Cochabamba reclamaram que o crematório municipal estava saturado e o cemitério não tinha mais espaço e que dezenas de corpos permaneciam em suas casas.
"Nos lares, existem mais de 40 corpos aguardando a data da cremação", disse a jornalistas Carlos Orellana, presidente da Associação Privada de Casas Funerárias de Cochabamba, uma região da Bolívia central com cerca de 710 mil habitantes.
O diretor do Serviço Regional de Saúde, Yecid Mamani, destacou que "infelizmente o cemitério geral está saturado, não apenas devido à questão de pacientes de covid-19, mas também a outras patologias".
"Muitos mortos ainda estão em casa, assim como nos hospitais", acrescentou.
Cochabamba é a terceira região mais afetada pelo coronavírus, depois de Santa Cruz (leste) e Beni (nordeste).
Até agora, a região registra 3.744 casos de um total nacional de 34.227 e 221 mortes de 1.201.
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