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EUA: Joe Biden revela plano climático de US$ 2 tri em oposição a Trump

Biden defende que "não há um desafio mais significativo" hoje do que as mudanças climáticas - Alex Wong/Getty Images/AFP
Biden defende que "não há um desafio mais significativo" hoje do que as mudanças climáticas Imagem: Alex Wong/Getty Images/AFP

Da AFP, em Wilmington (EUA)

14/07/2020 22h09

O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, anunciou hoje um plano ambicioso de combate às mudanças climáticas de US$ 2 trilhões, que poderá reformar o setor energético americano e visa a desenvolver fontes de energia livres de carbono em apenas 15 anos.

A proposta de energia limpa foi detalhada em um discurso em Wilmington, em um momento em que o ex-vice-presidente de Barack Obama se coloca em forte contraste com o presidente republicano Donald Trump, com vistas às eleições presidenciais de novembro, ao argumentar que combater as mudanças no clima será uma fonte maciça de geração de empregos se ele se eleger.

Ao insistir que "não há um desafio mais significativo" hoje do que as mudanças climáticas, Biden prometeu investir US$ 2 trilhões em quatro anos para promover seu plano, um aumento expressivo com relação à proposta de investir US$ 1,7 trilhão ao longo de dez anos, feita durante a corrida das primárias.

"Transformar o setor elétrico americano para produzir energia sem poluir com carbono será o maior estímulo de criação de emprego e competitividade econômica do século XXI", disse Biden.

"É por isso que nós vamos desenvolver um setor elétrico livre de poluição em 2035", acrescentou.

O plano também inclui mais metas ambiciosas do que as propostas que ele apresentou meses atrás, quando se lançou como um dos democratas moderados na disputa pela indicação do partido.

Ao abraçar algumas ideias de seus ex-adversários progressistas, incluindo o senador Bernie Sanders e o governador de Washington, Jay Inslee, Biden parece tentar conquistar os eleitores progressistas do partido, que podem ser mais cautelosos com suas posições de centro.

Ele reiterou que vai reinserir os Estados Unidos no Acordo Climático de Paris, que Trump abandonou em 2017, financiar a construção de 1,5 milhão de lares energeticamente eficientes, atualizar os padrões de eletrodomésticos e priorizar as energias renováveis.

"Não vamos apenas aparar as arestas", disse Biden. "Eu sei que responder ao desafio será uma oportunidade única de dar vida nova à nossa economia", acrescentou.

Biden afirmou que reverteria cerca de 100 passos dados por Trump para reduzir regulamentações ambientais.

Ele também lembrou trechos de sua proposta climática anterior, de que colocaria o país no rumo de uma economia de emissões zero até 2050.

'Extremo'

Trump reagiu horas depois, acusando Biden de lançar uma "cruzada de extrema-esquerda contra a energia americana" e de empurrar uma plataforma "que irá demolir a economia americana".

"Ele não quer nenhum petróleo e gás", disse Trump, ao criticar os planos de Biden de reduzir as emissões de carbono.

Uma semana antes, Biden havia relevado uma plataforma unificada que incorporou posições do esquerdista Sanders, mas Trump a atacou, denominando-a de "de longe a plataforma mais extremista de qualquer indicado de um grande partido na história americana".

Biden, que se absteve de fazer campanha publicamente devido à pandemia do novo coronavírus, repreendeu Trump por fracassar em conter a covid-19, que já matou 136 mil americanos, ou em dar o exemplo ao se abster de usar a máscara, algo que ele acabou fazendo no sábado passado.

"Fico feliz de que ele tenha feito esta mudança", disse Biden ao comentar a aparição de Trump usando a peça.

"Mas, senhor presidente, isto não basta. Não conseguiremos virar a esquina e levar o povo americano de forma segura de volta ao trabalho sem uma liderança presidencial", acrescentou.

Biden aparece à frente de Trump na maior parte dos temas, segundo pesquisas de opinião, mas os eleitores ainda consideram o presidente como o candidato mais forte para conduzir a economia americana.