Coronavírus: sobremortalidade dobra na Itália no pico da pandemia, diz estudo
As mortes na Itália atingiram o dobro do registrado em anos anteriores no mês de março, o pico da pandemia no país, segundo estudo publicado hoje que destaca a sub-representação dos números relacionados ao vírus.
Este estudo publicado pela revista Jama de Medicina Interna confirma o duro balanço que o vírus deixou na Itália no início da onda de infecções que atingiu a Europa.
O país não é o único a não estimar com precisão as mortes causadas pelo novo coronavírus. Uma análise do jornal The New York Time mostrou que Peru, Estados Unidos e Cidade do México também realizam contagens abaixo das reais.
Segundo este estudo publicado pelo jornal americano no início do mês, o Peru encabeça a lista de países nos quais os dados sub-representam o balanço da crise, com uma sobremortalidade de 136% entre abril e junho.
Na Cidade do México, entre 30 de março e 28 de junho, esse parâmetro atingiu 126%. Em Nova York, o número de mortos triplicou na primavera, mas 22% dos mortos não foram incluídos nos saldos oficiais por falta de testes.
Para calcular o verdadeiro balanço da epidemia, especialistas em demografia e outros acadêmicos não se referem apenas a casos confirmados por testes, mas também usam estatísticas oficiais, atestados de óbito e comparam o total com números de anos anteriores.
Esse método é comumente usado para estimar saldos de gripe.
Em 4 de abril, a Itália observou que registrou oficialmente mais de 15.000 mortes por covid-19. Nas estatísticas oficiais, entre 1º de março e 4 de abril, 41.329 pessoas morreram na Itália, em comparação com uma média de 20.000 nos cinco anos anteriores.
Isso representa um aumento na mortalidade de 104,5%, segundo os pesquisadores.
Nesse período, os dados oficiais do covid-19 foram registrados no hospital e em uma minoria de residência de idosos, o que explica a sub-representação dos dados.
Na Lombardia, a região mais atingida, a sobremortalidade foi de 173% em relação aos anos anteriores e, para os homens, esse indicador atingiu 213%.
Com o aumento da disponibilidade de testes, a contagem de casos melhorou e, por exemplo, em Nova York, que durante vários meses foi o foco principal da pandemia nos Estados Unidos, a diferença entre o saldo oficial e o saldo real quase desapareceu.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.