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América Latina e Caribe formam região do mundo mais atingida pela pandemia

Covas abertas no Cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina, na zona leste da cidade de São Paulo, na tarde deste sábado (25) - Robson Rocha/Agência F8/Estadão Conteúdo
Covas abertas no Cemitério da Vila Formosa, o maior da América Latina, na zona leste da cidade de São Paulo, na tarde deste sábado (25) Imagem: Robson Rocha/Agência F8/Estadão Conteúdo

26/07/2020 20h54Atualizada em 27/07/2020 08h42

O mundo passou de 16 milhões de infecções confirmadas por covid-19 neste domingo (26), metade delas no continente americano e a maior quantidade de casos está na América Latina e no Caribe, segundo balanço da AFP.

Desde que foi detectada pela primeira vez na China, no final do ano passado, a doença afetou mais de 16,2 milhões de pessoas e causou mais de 646.000 mortes em todo o mundo, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais.

A América Latina e o Caribe tornaram-se a região com o maior número de infecções por coronavírus no mundo neste domingo, adicionando 4.340.214 casos e ultrapassando aqueles na América do Norte, de acordo com uma contagem da AFP até as 18h00, com base em fontes oficiais.

É a primeira vez que o número de infecções na região excede os registros norte-americanos, que acumulam um total de 4.330.989 casos.

Na América do Norte, os casos correspondem principalmente aos Estados Unidos, o país mais afetado do mundo, com 4,2 milhões de infecções e quase 150.000 mortes.

Na América Latina, o Brasil é o principal impactado, com 2.394.513 casos e 86.449 óbitos até o último sábado.

Também houve aumentos de infecções em países como México, Peru, Colômbia e Argentina, que estão tentando retomar suas atividades devido ao impacto econômico da pandemia.

No Peru, o segundo país latino-americano mais infectado, o governo informou que 25% dos 10 milhões de habitantes de Lima e sua área metropolitana estariam infectados.

Com 33 milhões de habitantes, o Peru registra mais de 379.000 casos e 18.030 mortes por pandemia. É o segundo país com mais infecções na América Latina depois do Brasil e o terceiro em mortes depois de Brasil e México.

Os Estados Unidos dobraram seu investimento financeiro, para quase US$ 1 bilhão, para apoiar uma possível vacina COVID-19 desenvolvida pela empresa americana Moderna, que entra nesta segunda-feira na última fase de seu ensaio clínico.

Enquanto isso, os Estados Unidos prometeram despejar US$ 472 milhões adicionais, além dos US$ 483 milhões anunciados anteriormente, para desenvolver rapidamente uma vacina, anunciou a empresa de biotecnologia Moderna em comunicado neste domingo.

Sua vacina experimental, que desencadeou anticorpos para o coronavírus nos 45 participantes da primeira fase do teste, será testada a partir de segunda-feira, com 30.000 pessoas. Metade delas receberá uma dose de 100 microgramas, os outros um placebo.

"Espanha é um país seguro"

Em número de mortes, a Europa continua à frente, com um total de 207.933, seguida pela América Latina e pelo Caribe (182.840) e pelos Estados Unidos e Canadá (155.673).

Na Europa, a Espanha é um dos países que mais preocupam, devido aos novos focos registrados nos últimos dias. Neste domingo, seu governo garantiu que a situação "está controlada", em resposta às restrições impostas no Reino Unido e na Noruega para quem chegar deste país e à recomendação da França de se evitar a Catalunha (nordeste).

"O governo da Espanha considera que a situação está controlada. Os focos estão localizados, foram isolados e controlados (...) A Espanha é um país seguro", conforme fontes do Ministério das Relações Exteriores.

Várias regiões da Espanha, onde há pelo menos 280 focos ativos de COVID-19 e os casos diários registrados triplicaram nos últimos dias, aumentaram suas restrições.

Um dos países mais atingidos pela pandemia, a Espanha acumula oficialmente mais de 28.400 mortes e 272.400 infecções.

Em outras partes da Europa, um continente com mais de três milhões de casos de contágio e 207.000 mortes, a situação também desperta preocupação.

Na França, por exemplo, a carga viral está "aumentando", segundo as autoridades de saúde.

Muitos países já tornaram obrigatório o uso de máscara para aliviar os contágios.

Na Austrália, país cuja gestão da pandemia foi altamente elogiada, houve dez mortes e um aumento de casos neste domingo, sobretudo no estado de Victoria, no sudeste do país.