Europa multiplica restrições diante de 'avanço muito preocupante' do coronavírus
"O tempo corre" na Europa diante do aumento de infecções, internações hospitalares e mortes por coronavírus, situação "muito preocupante" segundo a OMS, que considera as restrições essenciais para afastar o fantasma de um novo confinamento geral.
Os pontos quentes no mapa da Europa aumentam a cada dia, assim como as más notícias vindas de países que conseguiram derrotar a primeira onda, como a Alemanha.
"Aumenta o número de casos diários, as internações hospitalares também. A covid já é a quinta causa de morte e já atingiu o nível de 1.000 mortes por dia", enumerou o diretor da seção Europa da Organização Mundial do Saúde (OMS), Hans Kluge, nesta quinta-feira.
"Apesar de registrarmos duas ou três vezes mais casos por dia em relação ao pico da curva de abril, vemos que o número de mortes representa um quinto daquelas registradas no pior momento da pandemia", admitiu, porém, o diretor.
Os números são explicados, segundo a OMS, porque agora são feitos muito mais testes do que em abril e porque há muitos casos de contágio em pacientes mais jovens e menos vulneráveis.
No entanto, e com base em projeções, a OMS alerta que um nível de mortalidade "quatro ou cinco vezes maior do que em abril" poderia ser alcançado se as restrições forem suspensas gradual e prematuramente.
Evitar novo confinamento geral
Hoje, a comissária europeia para a Saúde, Stella Kyriakides, pediu aos países da UE que façam "o que for necessário" para evitar um confinamento generalizado.
"O tempo é curto e todos devem fazer o que for necessário para evitar os devastadores efeitos sociais, econômicos e de saúde do confinamento generalizado", disse.
A possibilidade de um novo confinamento total é algo que a Europa não pode permitir, segundo a OMS.
"Não podemos manter de forma duradoura um confinamento como o de março, que foi uma paralisação. A pressão e os danos colaterais sobre as pessoas foram muito altos", disse Kluge.
Para isso, ela destacou a importância das medidas tomadas em vários países europeus para travar a transmissão.
"São respostas adequadas e necessárias ao que os números nos dizem: a transmissão e a origem das infecções ocorre nas residências e nos locais públicos fechados e entre pessoas que não respeitam as medidas de autoproteção", afirmou.
De acordo com dados da AFP baseados em fontes oficiais, a Europa registrou 6,8 milhões de casos e mais de 245.000 mortes por coronavírus.
Nas últimas 24 horas, a Alemanha contabilizou 6.638 casos de coronavírus, um recorde no país desde que a pandemia foi declarada.
A informação coincide com novas restrições no país que visam reduzir as infecções.
Em Londres, os nove milhões de habitantes da cidade não poderão se encontrar com familiares e amigos em ambientes fechados a partir de sábado, anunciou o governo nesta quinta-feira, ao colocar a capital em "alerta máximo" contra o coronavírus.
Em Paris e nas principais cidades da França, um toque de recolher noturno entrará em vigor por pelo menos um mês no sábado para reduzir a velocidade estonteante dos contágios.
Guerra de números
Na Espanha, onde o governo impôs estado de alerta em Madri na semana passada, o Executivo central e as autoridades regionais travam uma verdadeira guerra de números para espanto de grande parte da população.
O governo do presidente socialista Pedro Sánchez questiona os dados sobre infecções e óbitos fornecidos pela região madrilena, governada por conservadores, que afirmam que os números melhoraram e as medidas de restrição deveriam ser suspensas.
Madri chegou a registrar recentemente mais de 700 casos por 100.000 habitantes.
No total, no mundo, a pandemia causou pelo menos 1,09 milhão de mortes e mais de 38,5 milhões de infecções.
Nos Estados Unidos, o país mais afetado pelo coronavírus, onde quase 217.000 pessoas já morreram de covid-19 e mais de 7,9 milhões foram infectadas, foi divulgado que Barron Trump, o filho mais novo do presidente, teve coronavírus.
A notícia voltou a colocar a pandemia e a gestão do governo de Donald Trump no centro da campanha eleitoral para as eleições de 3 de novembro.
Esta noite, Trump e seu rival democrata Joe Biden realizarão eventos televisionados separados após a suspensão do segundo debate, depois que o presidente testou positivo para o coronavírus.
Na América Latina, a região com mais mortes do mundo, contabiliza mais de 373.000 óbitos e mais de 10 milhões de infecções.
A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) admitiu ontem que a pandemia no continente americano "é complexa" e alertou que em muitos países se deslocou para áreas menos povoadas, a exemplo do departamento de Petén, na Guatemala, ou do de Tarija, na Bolívia.
Do outro lado do mundo, na China, origem do novo coronavírus, mais de 10 milhões de pessoas na cidade de Qingdao realizaram o teste de covid-19 em quatro dias após o registro de um pequeno foco de infecções.
Até o momento foram registrados 13 casos positivos de transmissão local, os primeiros anunciados desde meados de agosto na China.
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