México investigará casos de menores estrangeiros expulsos pelos EUA ao seu território
México, 30 Out 2020 (AFP) - O governo mexicano vai investigar casos de menores de idade estrangeiros, que teriam sido expulsos pelos Estados Unidos para seu território de forma irregular e sem acompanhamento, informou hoje a chancelaria, em resposta a uma denúncia jornalística.
"O governo do México dará seguimento aos casos específicos nos quais menores de idade não acompanhados de nacionalidade estrangeira tenham entrado no México de forma irregular a partir dos Estados Unidos", informou a autoridade diplomática a jornalistas em um chat oficial.
A resposta da chancelaria ocorreu depois que um artigo publicado no jornal The New York Times denunciou que menores centro-americanos estão sendo enviados pelos Estados Unidos ao México, onde não têm família que os protejam, violando um acordo diplomático sobre o tema.
As expulsões, expostas em um e-mail enviado por um alto comando da Patrulha Fronteiriça americana, ocorrem em meio à agressiva política de fechamento de fronteiras, impulsionada pelo governo de Donald Trump para impedir a propagação do novo coronavírus em seu país, acrescentou o jornal.
Esta política estabelece que apenas menores de nacionalidade mexicana ou outros que contem com supervisão de um adulto podem ser devolvidos ao México depois de terem tentado cruzar a fronteira, destacou o New York Times.
Atualmente, a travessia de pessoas entre os dois países está restrita unicamente a cidadãos com atividades consideradas essenciais, como parte das medidas sanitárias de combate à covid-19.
Se for reeleito, Trump manterá inalterada sua política migratória com relação ao México, com restrições nas fronteiras e limites de asilo, afirmou em uma entrevista ao jornal mexicano El Universal, publicada nesta sexta.
Em janeiro de 2019, os dois países selaram os Protocolos de Proteção do Migrante, onde se estipula que os demandantes de asilo aos Estados Unidos devem esperar no México o trâmite de suas solicitações.
O número de migrantes que permanecem em cidades fronteiriças mexicanas cresceu desde a implementação do programa, conhecido também como "Fique no México".
Nas cidades com maior presença de máfias do crime organizado, muitos deles são vítimas de ameaças e extorsões, segundo ativistas e autoridades.
Embora a migração ilegal da América Central seja um problema há décadas, desde o final de 2018 milhares de migrantes em situação irregular começaram a marchar em caravanas rumo ao território americano, fugindo da pobreza e da violência.
O fenômeno forçou o México a endurecer seus controles fronteiriços, sob a ameaça de sanções comerciais de Washington.
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