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Macron pede resposta coordenada e rápida da UE contra o terrorismo

Macron pediu que a UE  adote uma "resposta rápida e coordenada contra o terrorismo" após os recentes ataques - Reuters
Macron pediu que a UE adote uma "resposta rápida e coordenada contra o terrorismo" após os recentes ataques Imagem: Reuters

Em Paris

10/11/2020 13h40

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu hoje que a UE (União Europeia) adote uma "resposta rápida e coordenada contra o terrorismo" após os recentes ataques na França e na Áustria.

"Precisamos de uma resposta coordenada e rápida contra o terrorismo", incluindo "o desenvolvimento de bancos de dados comuns" e um "fortalecimento das políticas criminais", disse Macron após uma mini-cúpula europeia realizada por videoconferência com vários líderes da UE.

Macron também denunciou "o desvio do direito de asilo".

"Em todos os nossos países assistimos a um desvio do direito de asilo" que é utilizado "por traficantes", por "redes" ou pessoas "de países que não estão em guerra", afirmou numa coletiva de imprensa.

Além do austríaco Sebastian Kurz, que foi o único que viajou a Paris, participaram da reunião a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte, o presidente do Conselho Europeu Charles Michel e a presidente da Comissão Europeia Ursula von del Leyen.

Os líderes também discutiram a necessidade de travar uma "luta determinada contra a propaganda terrorista e o discurso de ódio na Internet", segundo Macron.

"A Internet é um espaço de liberdade, nossas redes sociais também, mas essa liberdade só existe se houver segurança e se não for o refúgio de quem despreza nossos valores ou tenta doutrinar com ideologias mortais", comentou o presidente.

Esta mini-cúpula foi organizada uma semana após o ataque jihadista em Viena, que deixou quatro mortos.

Esse ataque, o primeiro do tipo em décadas na Áustria, ocorreu em um contexto de forte ameaça jihadista em toda a Europa, especialmente na França, depois que o semanário satírico francês Charlie Hebdo republicou caricaturas do profeta Maomé.

Esses cartuns custaram a vida de um professor francês do ensino médio, morto em 16 de outubro por um checheno de 18 anos depois de mostrar os desenhos a seus alunos em uma aula sobre liberdade de expressão.

Menos de 15 dias depois, a França voltou a ser alvo de um ataque quando um tunisiano realizou um ataque com faca em uma igreja em Nice (sudeste), matando três pessoas, incluindo uma brasileira.

Desde então, multiplicaram-se os apelos para reforçar os esforços conjuntos a nível europeu contra o terrorismo.

A França, que assumirá a presidência da UE (União Europeia) por seis meses em 1º de janeiro, já anunciou na semana passada que dobrará o número de agentes de segurança desdobrados nas fronteiras e pediu uma revisão "profunda" das regras que regem o Espaço Schengen de livre circulação.