Biden assinará decretos desde o primeiro dia; EUA em alerta por possível violência
Washington, 17 Jan 2021 (AFP) - Joe Biden assinará uma dezena de decretos em seu primeiro dia como presidente dos Estados Unidos, disse um assessor próximo neste sábado (16), enquanto as autoridades implementam uma forte operação de segurança por todo o país, devido aos temores de violência a quatro dias de sua posse.
A pandemia, a crise econômica, a mudança climática e a injustiça racial nos Estados Unidos são "crises [que] demandam ação urgente", disse o futuro chefe de gabinete do presidente democrata, Ron Klain, acrescentando que Biden assinará "cerca de uma dúzia" de decretos após sua cerimônia de posse na quarta-feira.
"Em seus primeiros dez dias no cargo, o presidente eleito Biden tomará ações decisivas para atender essas quatro crises, prevenir outros danos urgentes e irreversíveis e restaurar a posição dos Estados Unidos no mundo", acrescentou.
Enquanto isso, Washington, onde ocorrerá a cerimônia na quarta-feira, e as capitais de vários estados do país foram transformadas por intensas operações de segurança devido aos temores de violência por parte de simpatizantes do atual presidente Donald Trump no dia da posse.
As autoridades da capital americana afirmaram que prenderam um homem com uma pistola carregada e mais de 500 cartuchos de munição, embora o indivíduo tenha dito que foi um "erro de boa fé".
Ao receber a Casa Branca de Donald Trump, Biden também herdará uma série de desafios.
Estados Unidos se aproxima rapidamente das 400.000 mortes pela covid-19 e registra mais de um milhão de casos novos por semana, à medida em que o coronavírus se espalha sem controle.
A economia também está fraca, com 10 milhões de empregos a menos disponíveis em comparação com o início da pandemia.
Biden revelou nesta semana planos para obter 1,9 trilhão de dólares para reativar a economía através de novos pacotes de estímulo e outros auxílios, e disse que planeja acelerar os esforços para distribuir a vacina contra a covid-19 em todo o país.
Como prometeu anteriormente, no dia de sua candidatura, Biden assinará decretos que incluem um plano para que o país se una novamente ao Acordo Climático de Paris e para reverter a proibição de Trump à entrada de pessoas de certos países de maioria muçulmana aos Estados Unidos.
- Washington em alerta -Washington está em alerta depois que um grupo de apoiadores do presidente Donald Trump invadiu a sede do Congresso em 6 de janeiro. O ataque deixou cinco mortos, incluindo um policial.
Investigadores do Departamento de Justiça se retrataram de uma afirmação de que os seguidores de Trump planejavam "capturar e assassinar legisladores" no ataque ao Capitólio, afirmando que ainda não encontraram nenhuma evidência que comprove isso.
Mas funcionários de segurança alertaram que extremistas pró-Trump, posssivelmente com explosivos, são uma ameaça para Washington e para as capitais estaduais nos próximos dias.
A capital do país foi fortificada: milhares de membros da Guarda Nacional foram enviados para lá e as ruas do centro foram bloqueadas com barreiras de concreto.
Na noite de sexta-feira, a polícia prendeu um homem de Virginia quando ele tentou acessar, usando uma credencial "não autorizada", uma área restrita onde acontecerá a cerimônia de posse de Biden, de acordo com um documento apresentado no Tribunal Superior de Washington, DC.
A polícia encontrou uma pistola carregada e mais de 500 cartuchos de munição, balas de espingarda e um carregador para a pistola, segundo o documento.
Beeler foi preso com acusações de posse de arma não registrada e posse ilegal de munições.
No entanto, o homem disse ao jornal The Washington Post que tudo foi "um erro de boa fé" e que era um guarda de segurança privada que se perdeu a caminho do trabalho perto do Capitólio.
Os promotores não se opuseram à libertação de Beeler da prisão, disse o jornal, mas ordenaram que permaneça fora da capital exceto por assuntos relacionados à corte.
Beller disse que tinha licença para portar sua arma na Virginia, mas se esqueceu de tirá-la de seu carro antes de sair de casa para seu turno noturno em Washington.
Além da forte operação de segurança em Washington, algumas capitais estaduais também estão protegidas para prevenir eventos violentos.
Os protestos em massa esperados não se materializaram no sábado, e as forças de ordem superavam em número os simpatizantes de Trump contra vários parlamentos locais, transformados em fortalezas, segundo a imprensa americana.
Em St Paul, Minnesota, centenas de policiais cercavam o Capitólio, enquanto integrantes da Guarda Nacional forneciam apoio.
Os manifestantes estavam estimados em cerca de 50 pessoas.
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