Especialistas da ONU pedem aceleração do fechamento de Guantánamo
Especialistas das Nações Unidas parabenizaram nesta terça-feira (23) a meta do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de fechar Guantánamo e pediram a Washington que punisse os crimes cometidos na icônica prisão.
O novo inquilino da Casa Branca disse em meados de fevereiro que antes do final de seu mandato deseja fechar Guantánamo, a prisão militar localizada na ilha de Cuba e que foi criada após os atentados de 11 de setembro de 2001.
Dois grupos da ONU, especializados em desaparecimentos e detenções arbitrárias, e cinco especialistas independentes em direitos humanos comemoraram o anúncio, mas pediram ao governo que também trate das violações de direitos sofridas pelos 40 detidos, que incluem tortura.
"No 20º aniversário de 11 de setembro de 2001, pedimos transparência, compreensão e responsabilidade pelo funcionamento e legado da prisão", afirmam os especialistas, que colaboram com a ONU, mas não falam em nome da organização.
Eles também lembram que muitos dos detidos envelheceram atrás das grades e estão com a saúde debilitada depois de anos de prisão em condições adversas e de terem sofrido "torturas físicas e mentais".
"Insistimos na necessidade de rejeitar as políticas e práticas que levaram à criação da prisão", afirmam os especialistas, "com o objetivo de prevenir a repetição dessas práticas que violam o direito internacional".
Além disso, defendem a importância de que os desaparecidos, torturados e detidos arbitrariamente tenham um julgamento justo e recebam "as indenizações pertinentes". Pedem também às autoridades americanas que promovam "investigações imparciais e independentes" sobre as violações de direitos em Guantánamo.
"As democracias podem e devem fazer melhor e os Estados Unidos devem deixar para trás este capítulo sombrio de sua história", acrescentam.
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