EUA impedem entrada no país de deputado venezuelano de oposição
As autoridades dos Estados Unidos impediram a entrada no país de um deputado venezuelano, membro do novo Parlamento controlado pelo chavismo e que Washington não reconhece, informou o próprio legislador nesta quinta-feira (25).
O pastor evangélico Javier Bertucci é um dos deputados da oposição na Assembleia Nacional eleita em 6 de dezembro, após se dissociar do boicote que Juan Guaidó liderou contra a eleição legislativa com o apoio dos Estados Unidos.
Washington reconhece Guaidó como o presidente encarregado da Venezuela.
O deputado ficou detido no aeroporto de Miami na terça-feira por cerca de 15 horas e, em seguida, embarcou em um voo para a República Dominicana para fazer a conexão de volta ao seu país.
"Não tentei entrar como deputado, como político, mas como pessoa comum, atendendo a convites que me foram feitos por organizações multilaterais a respeito de programas de ajuda humanitária à Venezuela", explicou o parlamentar à AFP de sua casa em Valência (centro da Venezuela).
"É uma afronta. Os Estados Unidos, como país de direito, não podem se permitir esses abusos", acrescentou.
Bertucci afirma que agentes federais o acusaram de ser "um agente do governo" de Nicolás Maduro, que Washington considera um "ditador". "Foi um interrogatório hostil e no qual fui ofendido", afirmou.
O deputado chegou ao aeroporto de Miami às 17h30 locais (19h30 de Brasília) e ficou lá até as 8h30 do dia seguinte (10h30 de Brasília).
Sua família, que o acompanhava, também foi detida, mas finalmente teve a permissão para entrar nos Estados Unidos. O legislador garantiu que não utilizou passaporte diplomático e que possui visto norte-americano há mais de 20 anos.
"Fiquei confinado em uma espécie de calabouço (por três horas) sem ter cometido nenhum tipo de crime a não ser tentar entrar nos Estados Unidos para fazer reuniões de canalização de ajuda humanitária", afirmou, antes de garantir que buscará contactar o Departamento de Estado americano.
Bertucci, que enfrentou Maduro como candidato presidencial em 2018 e afirma fazer parte de uma oposição "não radical", não deu detalhes sobre as organizações com as quais se reuniria em solo americano.
Sem o reconhecimento de Estados Unidos, União Europeia e vários países latino-americanos e consideradas fraudulentas pela maior parte da oposição, as eleições de 6 de dezembro deram à oposição dissidente apenas 21 de 277 assentos no Parlamento venezuelano. O restante ficou com a coalizão do governo de Maduro.
As autoridades de imigração dos Estados Unidos ainda não responderam ao pedido da AFP para comentar o caso.
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