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Dezenas de países criticam Rússia na ONU pelo 'caso Navalny'

O opositor russo Alexei Navalny em um cela de vidro reservada durante julgamento em Moscou - AFP/ Moscow"s Babushkinsky district court press service / handout
O opositor russo Alexei Navalny em um cela de vidro reservada durante julgamento em Moscou Imagem: AFP/ Moscow's Babushkinsky district court press service / handout

12/03/2021 12h36

Genebra, 12 Mar 2021 (AFP) - Mais de 40 países criticaram a Rússia no Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta sexta-feira (12), em Genebra, por seu tratamento dado ao principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, e seus a partidários.

Nesta declaração conjunta sem precedentes contra a Rússia, os signatários denunciam "a deterioração da situação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais", a qual se manifesta especialmente "pela prisão ilegal, detenção e encarceramento de Alexei Navalny".

No texto, pedem sua "libertação imediata e incondicional", assim como a de "todos os detidos ilegal e arbitrariamente".

Navalny, de 44 anos, retornou para a Rússia em janeiro passado, após um período de tratamento na Alemanha pelo envenenamento sofrido, agressão pela qual responsabiliza o presidente russo, Vladimir Putin. Foi detido assim que desembarcou e, agora, enfrenta sua primeira condenação.

Os signatários da declaração lamentam que o envenenamento de Navalny com Novichok - um agente criado durante a era soviética -, confirmado por três laboratórios europeus, não esteja sendo adequadamente investigado. Afirmam ainda que a atuação das autoridades russas e do Poder Judiciário é "inaceitável e tem motivação política".

"Isso vai contra as obrigações internacionais da Rússia de respeitar os direitos humanos, incluindo o direito à liberdade e à segurança da pessoa e o direito a um julgamento justo", denunciou o embaixador da Polônia em Genebra, Zbigniew Czech, em nome do grupo.

"Estamos especialmente preocupados com as algumas modificações legislativas e mudanças constitucionais recentes que restringem ainda mais os direitos e as liberdades", acrescentou.

"Esta declaração é tão histórica quanto a repressão na Rússia", disse John Fisher, diretor da ONG Human Rights Watch em Genebra.