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Almagro condena 'tortura' e 'assassinatos' na Colômbia e pede fim dos bloqueios

Manifestante segura placa com os dizeres "eles estão nos matando" durante um protesto contra a pobreza e a violência policial, em Bogotá, Colômbia - Nathalia Angarita/Reuters
Manifestante segura placa com os dizeres 'eles estão nos matando' durante um protesto contra a pobreza e a violência policial, em Bogotá, Colômbia Imagem: Nathalia Angarita/Reuters

07/05/2021 19h45Atualizada em 07/05/2021 20h46

O Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, condenou nesta sexta-feira (7) os casos de "tortura e assassinato cometidos pelas forças de ordem" na Colômbia, mas também apelou ao respeito dos direitos de quem não protesta e ao fim dos bloqueios.

"Condenaremos especialmente os casos de tortura e assassinato cometidos pelas forças de ordem", afirmou o diplomata uruguaio em declaração gravada em vídeo e publicada no Twitter sobre os protestos contra o governo de Iván Duque, que duram dez dias e que deixaram 26 mortos.

Almagro indicou que a secretaria da OEA reconhece "o protesto pacífico como um direito básico e fundamental que deve ser protegido", mas também pediu que os direitos de quem não se manifestasse sejam protegidos.

As manifestações começaram como uma mobilização contra uma reforma tributária regressiva, agora retirada, que levou a um movimento de protesto mais amplo contra o governo. Os bloqueios de estradas causaram falta de combustível em cidades como Cali e Pereira.

"O direito de protestar não pode ser pretexto para violar os direitos fundamentais da população", disse Almagro, que pediu o "fim dos bloqueios".

O Chefe da OEA apreciou o relatório encaminhado pela Defensoria do Povo sobre o "processo de responsabilidade penal dos membros da força pública que se excederam e cometeram delitos".

Almagro também destacou o julgamento daqueles que transformaram "o protesto em vandalismo e confundiram o vandalismo com ações de natureza terrorista".

O país sul-americano vive uma difícil situação econômica derivada da pandemia do coronavírus, que causou uma contração do PIB local de 6,8% em 2020, levando o desemprego para 16,8% em março e deixando quase metade da população em informalidade e pobreza, segundo dados oficiais.