Covax arrecada mais US$ 2,4 bi e promete 1,8 bi de doses para países pobres
O sistema Covax, criado para uma distribuição equitativa das vacinas anticovid, arrecadou, nesta quarta-feira (2), US$ 2,4 bilhões adicionais, mas a falta de doses disponíveis continua a impedi-lo de operar em plena capacidade.
O montante, levantado durante uma cúpula virtual organizada pelo Japão e pela Aliança para a Vacinação (GAVI), permitirá a obtenção de 1,8 bilhão de doses para os países de baixa renda que participam do mecanismo.
As doses, que serão distribuídas em 2021 e no início de 2022, protegerão quase 30% dos adultos em 91 países pobres. Outra nação, a Índia, receberá 20% das doses disponíveis "em razão do seu tamanho", explicou Seth Berkley, diretor da GAVI, em entrevista coletiva.
Os US$ 2,4 bilhões arrecadados nesta quarta elevam o aporte total para a compra de vacinas a quase US$ 9,6 bilhões, especificou a Aliança após a cúpula que reuniu países, setor privado e sociedade civil.
"Estou muito satisfeito em informar que, coletivamente, garantimos quase US$ 2,4 bilhões hoje, elevando a contribuição total para quase US$ 9,6 bilhões para a compra de vacinas", declarou o presidente do conselho de administração da GAVI, José Manuel Barroso, ao final da cúpula.
Os doadores se comprometeram ainda a aportar US$ 775 milhões ara a logística de distribuição das doses.
Cinco países também se comprometeram a doar mais de 54 milhões de doses para países de baixa renda, especialmente por meio do Covax, elevando o total de unidades compartilhadas a mais de 132 milhões.
Por ocasião da cúpula, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu o apoio da UE ao Covax: "Estamos com vocês até que esta pandemia seja erradicada".
"A pandemia global mostrou como nosso mundo está interconectado, interdependente e frágil - e se ainda não sabíamos, agora sabemos que nossa resposta coletiva às crises globais é crucial para o nosso futuro coletivo", comentou a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris.
Até 31 de maio, o Covax distribuiu 77 milhões de doses para 127 países e territórios, muito menos do que o previsto. Até o final de junho, faltarão 190 milhões, alertaram os organizadores em 27 de maio.
"Continuamos profundamente preocupados com as interrupções que enfrentamos", disse Berkley nesta quarta-feira.
Vítima do "cada um por si" assim que as primeiras vacinas foram disponibilizadas, este sistema agora vê as doses que lhe foram prometidas e que foram em grande número fabricadas pelo Serum Institute of India desviadas pelo governo indiano.
Adar Poonawalla, chefe do Serum Institute, disse em 18 de maio que esperava que sua empresa pudesse retomar as entregas de vacinas ao Covax "até o final do ano".
Nesta quarta, mencionou "alguns meses" se a situação melhorar na Índia.
Nesse ínterim, a pandemia continua a fazer estragos em algumas partes do mundo.
"Se quisermos que o Covax tenha sucesso, devemos não apenas administrar as doses, mas também rapidamente. Em uma pandemia, o tempo é essencial: milhões de vidas estão em jogo", disse Berkley.
Além disso, os organizadores do Covax buscam aumentar os acordos com outros fornecedores e insistem na necessidade de doar doses rapidamente.
"Das 1,8 bilhões doses de vacinas administradas em todo o mundo, apenas 0,4% foram administradas em países de baixa renda. Isso é inaceitável do ponto de vista ético, epidemiológico e econômico", observou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.