Prefeito de ilha paradisíaca em Honduras é detido acusado de narcotráfico
O prefeito da ilha paradisíaca de Roatán, em Honduras, Jerry Hynds, foi detido por supostamente escoltar um caminhão-pipa que levava drogas escondidas, informou o Ministério Público neste sábado (28).
Segundo nota do MP, o prefeito foi detido na noite de ontem com outras três pessoas, durante inspeções a veículos realizadas pela Agência Técnica de Investigação Criminal (ATIC) e a Promotoria Especial contra o Crime Organizado (FESCCO).
Dentro de um caminhão-pipa "foram encontrados 98 sacos de suposta droga", informou a Promotoria. Segundo a imprensa, a droga encontrada pesaria duas toneladas. No veículo viajavam duas pessoas.
"Enquanto isso, atrás do caminhão-pipa ia o prefeito Jerry Hynds a bordo de um veículo da marca Toyota, Land Cruiser, cabine dupla" e mais uma pessoa em um terceiro veículo, explicou a nota.
O prefeito foi levado para a capital, Tegucigalpa, para ser processado por autoridades com jurisdição federal.
Em declarações ao jornal El Heraldo, o advogado de Hynds, Norman Reaño, disse que tudo foi uma coincidência planejada. "O prefeito ia para a Prefeitura e quando o caminhão-pipa foi detido, ele vinha atrás e depois disso, foi detido", explicou.
Para Reaño, o prefeito caiu em uma armadilha por ter sido crítico à criação em sua jurisdição de uma "cidade modelo" ou Zona Especial de Desenvolvimento Econômico (ZEDE), que são territórios autônomos dentro de Honduras com leis e jurisdição próprias para atrair investimentos.
Em Roatán fica a ZEDE Próspera, para atividades turísticas. O próprio Hynds tinha dito dias atrás que queria transformar todo o município em uma ZEDE para que os investimentos na ilha não fossem exclusivamente para a Próspera.
Honduras está na mira dos Estados Unidos por acusações de narcotráfico contra suas principais autoridades. Tony Hernández, ex-deputado e irmão do presidente Juan Orlando Hernández, foi sentenciado à prisão perpétua em Nova York por tráfico de drogas.
Nos Estados Unidos também foi sentenciado por narcotráfico Geovanny Fuentes, a quem a justiça americana considera sócio do presidente e assegura que, do governo, facilitou suas atividades ilícitas.
O promotor Jacob Gutwillig considerou Honduras um "narco Estado".
Hernández negou as acusações e garante que todas as acusações fazem parte de uma vingança de chefes do narcotráfico que seu governo capturou ou ajudou a extraditar aos Estados Unidos.
Honduras terá eleições presidenciais em 28 de novembro e vários candidatos são apontados por corrupção ou narcotráfico.
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