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Britânica envolvida com EI está disposta a enfrentar acusações por terrorismo

Renu Begum, irmã mais velha de Shamima Begum segura uma foto da irmã durante entrevista à imprensa britânica em 2015 - LAURA LEAN / POOL / AFP
Renu Begum, irmã mais velha de Shamima Begum segura uma foto da irmã durante entrevista à imprensa britânica em 2015 Imagem: LAURA LEAN / POOL / AFP

15/09/2021 08h58Atualizada em 15/09/2021 09h10

Uma jovem que perdeu sua cidadania britânica, após se unir ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria disse nesta quarta-feira (15) que está disposta a enfrentar acusações de terrorismo para poder voltar para o Reino Unido e provar sua inocência.

Shamima Begum tinha 15 anos quando deixou sua casa em Londres, em 2015, na companhia de duas amigas, rumo à Síria. Lá, casou-se com um combatente holandês do IS e teve três filhos.

Apelidada pela imprensa britânica de "namorada do EI", ela perdeu sua cidadania depois de ser localizada em 2019 por jornalistas em um acampamento de deslocados, onde defendeu os jihadistas.

No início deste ano, alegando razões de segurança, o Tribunal Supremo britânico negou a ela a possibilidade de retornar ao país para contestar a decisão.

Em sua defesa, Begum negou estar diretamente envolvida na preparação de atos terroristas.

"Estou disposta a ir aos tribunais e confrontar as pessoas que fizeram estas afirmações e refutá-las, porque sei que não fiz nada no EI, além de ser mãe e esposa", disse ela à emissora ITV.

Agora com 22 anos, Shamima afirmou que seu único crime foi "ser tola o suficiente para se juntar ao EI" e pediu desculpas àqueles que perderam entes queridos nas mãos dos extremistas.

"Sinto muito se alguma vez ofendi alguém vindo aqui, se alguma vez ofendi alguém com as coisas que eu disse", acrescentou a jovem, ainda na Síria.

Os advogados de Shamima Begum, cujo pai é de Bangladesh, acusaram o Reino Unido de racismo, e o governo, de transformá-la em bode expiatório.

Ela era "uma menina que foi traficada e permaneceu na Síria para fins de exploração sexual e casamento forçado", afirmaram seus advogados de defesa, denunciando que a decisão do governo britânico a tornou apátrida.

O governo de Bangladesh rejeitou qualquer possibilidade de conceder cidadania à jovem.