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Em último comício como chanceler, Merkel tenta evitar derrota de seu grupo

Angela Merkel e o candidato a primeiro-ministro Armin Laschet  durante comício - Reprodução/ Facebook
Angela Merkel e o candidato a primeiro-ministro Armin Laschet durante comício Imagem: Reprodução/ Facebook

25/09/2021 09h11

Aquisgrano, Alemanha, 25 Set 2021 (AFP) - A 24 horas das eleições legislativas na Alemanha, Angela Merkel fez um vibrante apelo, durante seu último comício como chanceler, em favor do candidato conservador Armin Laschet, apontado como perdedor contra o social-democrata Olaf Scholz.

Afastada por um tempo da disputa eleitoral, a chanceler, que não preparou sua sucessão, não poupa mais esforços para tentar permitir que a união conservadora CDU-CSU obtenha uma vitória inesperada.

Uma derrota de seu campo mancharia, de fato, o balanço daquela que igualará, com 16 anos na Chancelaria, o recorde de longevidade política de Helmut Kohl.

"É apenas a cada quatro anos que vocês têm a chance de decidir em nível federal quem deve moldar o futuro em Berlim", disse Merkel em Aachen, ao lado do candidato democrata-cristão, o impopular e desajeitado Armin Laschet.

O ex-jornalista de 60 anos "aprendeu política do zero e dirige este estado da Renânia do Norte-Vestfália como um próspero estado federal", elogiou a chefe do Governo alemão, que corre o risco de ter que lidar com os assuntos correntes nos próximos meses, durante as negociações para a formação de uma nova coalizão.

"É preciso tomar as decisões certas (...) porque trata-se do país de vocês e vocês decidem o futuro governo" que deverá garantir "prosperidade, segurança e paz", ressaltou a dirigente de 67 anos.

Desde a reviravolta que sofreu nas pesquisas, o candidato conservador partiu ao ataque, apelado ao espectro de uma guinada à esquerda com Olaf Scholz, o líder moderado do SPD e ministro das Finanças de Angela Merkel desde 2018.

Curinga

Enquanto a centro-direita sempre obteve mais de 30% dos votos nas eleições nacionais e forneceu ao país cinco dos oito chanceleres do pós-guerra, os conservadores correm o risco, desta vez, de obter seu pior resultado eleitoral.

Nas últimas pesquisas, os sociais-democratas aparecem liderando com cerca de 25% das intenções de voto, contra 21 a 23% dos votos para a CDU/CSU.

Mas a diferença diminuiu nesta reta final e Angela Merkel apelou na sexta-feira aos eleitores indecisos.

A queda de Armin Laschet nas pesquisas levou o vice-chanceler Olaf Scholz, de 63 anos, a ser um curinga inesperado. Ele encerrará sua campanha esta tarde em Potsdam, perto de Berlim.

Sua postura, que beira o tédio segundo seus detratores, e sua experiência como grande financista tranquilizam os eleitores alemães, que parecem, de fato, buscar o melhor herdeiro para uma chanceler que ainda goza de grande popularidade.

Essa preocupação leva cada um dos candidatos a reivindicar sua proximidade com Angela Merkel e é um bom presságio para a continuação de um curso centrista e pró-europeu.

Olaf Scholz, no entanto, afirmou na sexta-feira que é a cara da "renovação da Alemanha", insistindo que o país "precisa de uma mudança".

Uma mudança reivindicada por dezenas de milhares de jovens que protestaram por toda a Alemanha na sexta-feira para exigir ações mais incisivas em favor do clima.

Apesar da importância das questões climáticas, e do trauma do país atingido por enchentes mortais em julho, a causa ambiental não avançou tanto quanto os Verdes esperavam.

A candidata dos Verdes, Annalena Baerbock, obteria 15% dos votos, ficando em terceiro lugar, à frente do liberal FDP, com 11%.

Os Verdes devem, no entanto, desempenhar um papel importante na futura coalizão, cuja formação promete ser ainda complexa: exigirá três partidos para suceder à atual "GroKo" (grande coligação) formada pela União CDU/CSU e SPD.

No leque de coalizões possíveis, uma maioria dominada pela esquerda e pelos verdes, ou associando liberais e centro-direita, influenciaria as escolhas de política orçamentária, fiscal e climática do país, e suas orientações diplomáticas.

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