Viúva de presidente assassinado no Haiti é ouvida como testemunha por juiz
A ex-primeira-dama do Haiti Martine Moise foi ouvida como testemunha nesta quarta-feira pelo juiz de instrução que investiga o assassinato do presidente Jovenel Moise, morto em julho em sua residência por um comando armado.
"Respondi a todas as perguntas que me foram feitas", declarou a viúva ao deixar a audiência, em Porto Príncipe. Após confirmar que é vítima no processo, ela pediu a quem tiver informações sobre o caso que se apresente ao juiz.
"Todo mundo diz que em nosso país não se consegue fazer justiça. Embora isso seja o que se diz, é aqui onde tenho que começar a procurar justiça", declarou a ex-primeira-dama, que chegou à promotoria sob proteção policial e cercada de seguranças estrangeiros armados. Dezenas de partidários do ex-chefe de Estado se reuniram em frente ao local para demonstrar apoio à viúva.
Gravemente baleada, Martine foi transferida para os Estados Unidos horas após o ataque de 7 de julho. Ela retornou brevemente ao Haiti para assistir ao funeral do marido, em Cap-Haitien, seguindo depois de volta para a Flórida, onde passou por várias cirurgias.
A ex-primeira-dama chegou ao Haiti na noite da última sexta-feira. Três meses após o assassinato do presidente, restam dúvidas sobre os autores do atentado, no qual nenhum policial ficou ferido. Quatro funcionários do alto escalão da força pública haitiana foram detidos, e 44 pessoas, incluindo 18 colombianos e dois americanos de origem haitiana, foram presas como parte da investigação.
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