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Mundo 'fracassou' com a pandemia de coronavírus, diz relatório da OMS

22.out.2021 - Pedestres usando máscaras caminham no centro de Moscou, em meio à crise ligada à pandemia de covid-19 - Alexander Nemenov/AFP
22.out.2021 - Pedestres usando máscaras caminham no centro de Moscou, em meio à crise ligada à pandemia de covid-19 Imagem: Alexander Nemenov/AFP

26/10/2021 07h09Atualizada em 17/02/2022 14h48

Um ano e meio depois da explosão da pandemia de covid-19, o mundo continua apresentando uma resposta insuficiente e não aprende com seus erros, advertiu nesta terça-feira (26) um organismo independente criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial.

"Se o primeiro ano da pandemia de covid-19 foi definido por um fracasso colectivo em levar a sério a preparação e a agir rapidamente com base na ciência, o segundo foi marcado por profundas desigualdades e um fracasso dos governantes em compreender nossa interdependência e atuar em consequência", afirma um relatório do Conselho de Monitoramento da Preparação Global (GPMB, na siglas em inglês).

A pandemia revelou um mundo "desigual, dividido e irresponsável", afirma o relatório do organismo publicado em Berlim, no momento em que o número de mortes por covid-19 se aproxima de cinco milhões, segundo o balanço da AFP.

Levando em consideração a mortalidade excessiva relacionada direta e indiretamente com a covid-19, a OMS calcula que o número total de óbitos pode ser de duas a três vezes superior.

Das mais de seis bilhões de doses de vacinas administradas no mundo, apenas 1,4% foi aplicada em países pobres, denunciou no início do mês a diretora geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Ngozi Okonjo Iweala.

"O progresso científico durante a covid-19, especialmente a velocidade de desenvolvimento das vacinas, é um motivo de orgulho", afirma o copresidente do GPMB Elhadj As Sy no prefácio do relatório.

"Porém, devemos sentir uma profunda vergonha diante das múltiplas tragédias, como o acúmulo de vacinas, a devastadora escassez de oxigênio nos países de baixa renda, a geração de crianças privadas de educação, a desintegração das economias e a fragilidade dos sistemas de saúde", completou o senegalês, especialista em ajuda humanitária.

Os milhões de mortes provocadas pela pandemia "não são normais nem aceitáveis, mas lamentavelmente há poucas evidências de que aprendemos as lições corretas desta pandemia", destacou.

O GPMB declarou em 2020 que a pandemia já havia revelado até que ponto o mundo não estava bem preparado para tais desastres, apesar das advertências de que grandes epidemias eram inevitáveis.