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EUA dizem que G7 vai impor sanções à Rússia em caso de ataque à Ucrânia

2 jul. 2021 - Operação terrestre de soldados da Otan nas proximidades da Crimeia, na Ucrânia - Stringer\TASS via Getty Images
2 jul. 2021 - Operação terrestre de soldados da Otan nas proximidades da Crimeia, na Ucrânia Imagem: Stringer\TASS via Getty Images

11/12/2021 18h40Atualizada em 12/12/2021 12h54

Os Estados Unidos pediram neste sábado (11) à Rússia que se retire da fronteira com a Ucrânia e assegurou que as potências ocidentais estão dispostas a impor sanções "maciças" a Moscou em caso de ataque, durante uma reunião do G7 no Reino Unido.

Presente na reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7, realizada em Liverpool até o domingo, uma encarregada do Departamento de Estado americano assegurou que ainda era possível resolver a crise com a Ucrânia "através da diplomacia".

Nesta linha, o governo dos Estados Unidos anunciou que enviará sua secretária de Estado adjunta encarregada da Europa, Karen Donfried, à Ucrânia e à Rússia entre segunda e quarta-feira. O objetivo da visita, detalhou, é buscar "progressos diplomáticos para pôr fim ao conflito em Donbass", no leste da Ucrânia, "aplicando os acordos de Minsk".

Estes acordos, concluídos em 2015 para encerrar o conflito que eclodiu um ano antes entre Kiev e os separatistas pró-russos no leste do país, nunca foram respeitados.

Mas se a Rússia "decidir não seguir por esta via" diplomática, "haverá consequências maciças e será pago um preço alto", alertou a encarregada americana, destacando que o G7 estava de acordo.

"Não só se uniriam os países que estavam na sala para fazer com que a Rússia pague o preço, mas mais Estados democráticos", acrescentou.

Durante horas, Otan, Estados Unidos e líderes europeus acusaram a Rússia de querer invadir a Ucrânia, o que Moscou nega.

Na terça-feira, de fato, o presidente americano, Joe Biden, falou com o colega russo, Vladimir Putin, advertindo-o que a Rússia se arriscava a sofrer "fortes sanções, inclusive econômicas" se intensificar sua ação militar na Ucrânia.

"Agressores mundiais"

Apesar de as tensões permanecerem elevadas, os dois líderes decidiram encarregar suas equipes a realizar reuniões de acompanhamento para ver se é possível uma desescalada diplomática.

A visita de Karen Donfried será, portanto, o primeiro passo nesta direção.

Além das manobras russas na fronteira ucraniana, os chefes das diplomacias de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido também mostraram unidade diante dos quais consideram "agressores" mundiais.

"Temos que nos unir com força para enfrentar os agressores que tentam limitar as fronteiras da liberdade e da democracia", disse a chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, cujo país preside este ano o grupo de sete grandes economias.

"Para isso, temos que fazê-lo com uma única voz", acrescentou, pedindo reflexão para "reduzir a dependência estratégica" e reforçar a "arquitetura da segurança" das grandes potências democráticas contra os "governos autoritários".

Embora não tenha especificado esses adversários, suas afirmações vão na mesma linha das intenções dos Estados Unidos de conduzir o G7 a uma estratégia ocidental para frear as ambições da China em nível mundial.

Para Liz Truss, a "frente unida" contra os regimes autoritários precisa também se aprofundar nas relações econômicas entre os países democráticos.

"Devemos ganhar a batalha das tecnologias, garantindo que nossas normas tecnológicas sejam estabelecidas por aqueles que acreditam na liberdade e na democracia", insistiu, em outra alusão a Pequim.

Quanto aos diálogos com o Irã a respeito de seu programa nuclear, espera-se que os ministros do G7 peçam a Teerã que interrompa a escalada e volte ao acordo de Viena.

Ao longo do fim de semana, os ministros do G7 vão participar também de reuniões com colegas da UE, da Coreia do Sul e da Austrália.

No domingo, a ministra britânica celebrará reuniões plenárias sobre a segurança sanitária mundial e a região indo-pacífica.

Os ministros das Relações Exteriores da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) se unirão pela primeira vez aos diálogos do G7, um sinal da importância crescente desta reunião, à qual Blinken irá na próxima semana, na estratégica americana de confronto com a China.

A situação em Mianmar após o golpe militar de fevereiro será um dos temas abordados.

A reunião deste fim de semana é a segunda presencial dos ministros das Relações Exteriores do G7 este ano, após a realizada em maio em Londres.