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ONU acusa Talibã de mais de 70 execuções extrajudiciais no Afeganistão

A ONU diz estar alarmada com as "execuções extrajudiciais" de ex-membros das forças de segurança afegãs, afirmando que 72 delas foram atribuídas aos talibãs - Karim Sahib/AFP
A ONU diz estar alarmada com as "execuções extrajudiciais" de ex-membros das forças de segurança afegãs, afirmando que 72 delas foram atribuídas aos talibãs Imagem: Karim Sahib/AFP

14/12/2021 07h38Atualizada em 14/12/2021 07h55

A ONU disse, na terça-feira, estar alarmada com as "execuções extrajudiciais" de ex-membros das forças de segurança afegãs e de outras pessoas associadas ao governo anterior, afirmando que 72 delas foram atribuídas aos talibãs.

"Entre agosto e novembro, recebemos denúncias confiáveis de mais de 100 execuções de ex-membros das forças de segurança nacionais afegãs e de outras pessoas associadas ao antigo governo, das quais pelo menos 72 foram atribuídos aos talibãs", declarou a alta comissária adjunta para os Direitos Humanos, Nada Al-Nashif, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

"Estou alarmada com as persistentes informações sobre execuções extrajudiciais em todo país, apesar da anistia geral anunciada pelos talibãs depois de 15 de agosto", acrescentou Al-Nashif.

"Em vários casos, os corpos foram expostos em público, o que aumentou o medo entre uma parte significativa da população", afirmou.

Segundo ela, "apenas na província de Nangarjar, parece ter havido pelo menos 50 execuções extrajudiciais de pessoas suspeitas de pertencerem ao Estado Islâmico do Khorasan (EI-K)".

No início de dezembro, os Estados Unidos e seus aliados ocidentais disseram estarem "preocupados" com as "execuções sumaríssimas" de ex-membros das forças de segurança afegãs por parte do regime talibã (como denunciam organizações de defesa dos direitos humanos) e pediram a rápida abertura de uma investigação.

A ONG Human Rights Watch publicou um relatório, no qual afirma documentar "assassinatos, ou desaparecimentos, de 47 ex-membros das Forças Nacionais de Segurança afegãs que haviam se rendido, ou que foram detidos pelas forças talibãs entre 15 de agosto e 31 de outubro".

Os talibãs rejeitam essas acusações, considerando-as "injustas".

"Houve casos de mortos entre antigos membros das forças de segurança" do governo deposto, "mas, por inimizades, ou por animosidades pessoais", relatou o porta-voz do Ministério talibã do Interior, Qari Sayed Khosti.