Comissão Europeia aponta que ômicron será dominante no continente em janeiro
Os líderes da UE (União Europeia) destacaram hoje a necessidade de acelerar a vacinação contra a covid-19 e tentam encontrar uma posição comum diante do aumento dos contágios e do avanço da variante ômicron, que já levou diversos países do bloco a aprovarem restrições de entrada de forma unilateral.
A ômicron provoca "especial preocupação por sua capacidade de propagação rápida e de pressionar nossa sociedade e nossos sistemas de saúde", afirmou o primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, ao chegar para a reunião de cúpula em Bruxelas.
"Hoje buscaremos uma coordenação maior em várias frentes", completou.
O agravamento da situação de saúde no continente se tornou uma prioridade do encontro, que também abordará as tensões entre Rússia e Ucrânia, o controle migratório após a crise em Belarus e o aumento dos preços da energia, temas que ficaram em segundo plano.
As previsões da Comissão Europeia apontam que a nova variante, ainda mais contagiosa que as anteriores, será a dominante no continente em meados de janeiro.
Mais vacinas
Durante a reunião, os governantes europeus destacaram a urgência de se acelerar a vacinação.
"A extensão da vacinação para todos e a administração das doses de reforço são cruciais e urgentes", afirmaram os líderes do bloco após os debates de hoje.
O continente apresenta uma boa taxa de vacinação, com 67% da população com as duas doses.
Alguns países estão muito atrasados, porém. Nove dos 27 membros apresentam taxas inferiores a 60%. Bulgária, Romênia e Eslováquia continuam abaixo de 50%.
"A chave é seguir com a vacinação", afirmou o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.
Com uma das maiores taxas do continente, o país iniciou na quarta-feira a imunização de crianças de 5 a 11 anos.
Os governantes também podem abordar o tema da vacinação obrigatória, que Áustria e Alemanha se preparam para adotar em 2022. A aplicação da medida será, no entanto, uma decisão de cada país, e não comunitária.
O Centro Europeu para para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) advertiu que a vacinação "não é suficiente" para frear as transmissões e defendeu o retorno de medidas como o teletrabalho, o uso de máscara e a limitação da capacidade em espaços públicos.
A Europa deve esperar "novas medidas", afirmou o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, que descreveu a situação como uma "batalha contra o tempo".
Em um exemplo destas restrições, a França proibirá a partir de sábado as viagens não essenciais procedentes de, ou para o Reino Unido, devido à rápida propagação da ômicron neste território, que não integra mais a UE.
O Reino Unido registrou na quarta-feira o recorde de casos diários de covid-19 (78.610) desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.
A rainha Elizabeth II decidiu cancelar a grande refeição que organiza tradicionalmente antes do Natal com sua família, em função do aumento das infecções pela variante ômicron.
Restrições
A ômicron também provocou o retorno das restrições de mobilidade entre países da UE, algo que parecia no passado desde a adoção, em julho, do passaporte sanitário europeu que permitia aos vacinados viajarem sem a necessidade de testes, ou de quarentenas.
Itália, Irlanda, Portugal e Grécia intensificaram as restrições de entrada a partir de Estados-membros, com a exigência de testes de PCR mesmo para visitantes vacinados.
A Comissão Europeia recordou que as medidas unilaterais devem ser "proporcionais" e com a duração o mais curta possível.
Na área econômica, o BCE (Banco Central Europeu) anunciou hoje que reduzirá o apoio à economia, apesar da propagação da variante ômicron, enquanto se mantém preparado para responder ao aumento da inflação.
A pandemia provocou mais de 5,3 milhões de mortes e pelo menos 271 milhões de casos, de acordo com um balanço da AFP baseado em números oficiais.
Os contágios também aumentam na África. Ontem, a África do Sul registrou quase 27 milnovos casos de coronavírus em 24 horas, semanas depois de ter anunciado a descoberta da variante ômicron.
A mesma situação acontece na Ásia, onde apenas a China parece blindada. O país, onde foram registrados os primeiros casos de coronavírus há dois anos, informou hoje que registrou um total de 100 mil casos desde o início da pandemia, em uma população total de 1,4 bilhão de pessoas.
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