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Promotores dizem que Ghislaine Maxwell deve ser responsabilizada por seus crimes

Ghislaine Maxwell foi companheira de Jeffrey Epstein por muitos anos - Getty Images
Ghislaine Maxwell foi companheira de Jeffrey Epstein por muitos anos Imagem: Getty Images

20/12/2021 17h47

Nova York, 20 dez 2021 (AFP) - Promotores dos EUA pediram nesta segunda-feira (20) que o júri condene Ghislaine Maxwell por tráfico sexual de menores em suas alegações finais no julgamento em Nova York contra a milionária britânica, a quem descreveram como "uma predadora sofisticada que sabia exatamente o que estava fazendo".

A filha do ex-magnata da imprensa britânico Robert Maxwell enfrenta uma possível condenação equivalente à prisão perpétua por ser considerada culpada de seis acusações de recrutamento e preparação de menores para serem abusadas pelo analista financeiro Jeffrey Epstein, que foi seu companheiro por vários anos.

"É hora de responsabilizá-la", disse a promotora Alison Moe, após quase três semanas de depoimentos em Manhattan.

Epstein cometeu suicídio há dois anos, quando tinha 66 anos e estava detido enquanto aguardava um julgamento por crimes sexuais.

Moe disse que Maxwell, 59 anos, era "a chave" para Epstein encontrar garotas para fazer massagens nele, enquanto abusava delas. "Eles foram cúmplices", disse a promotora ao júri de 12 pessoas, relembrando os depoimentos das quatro acusadoras.

Duas delas disseram que tinham 14 anos quando Maxwell supostamente as contratou para fazer massagens em Epstein, que terminaram em atividades sexuais.

Uma, identificada apenas como "Jane", detalhou como Maxwell a recrutou em um acampamento de verão e a fez se sentir "especial". Ela disse que encontros sexuais com Epstein se tornaram frequentes, com Maxwell presente às vezes.

Outra suposta vítima, Annie Farmer, agora com 42 anos, disse que Maxwell acariciou seus seios em uma propriedade de Epstein no Novo México.

A defesa apresentaria suas alegações finais após o intervalo para o almoço.

Em seguida, a juíza Alison Nathan instruiria os jurados sobre como considerar as acusações antes de voltar às deliberações.

A decisão deve ser unânime para condená-la. Caso contrário, a juíza poderá declarar o processo nulo e sem efeito.

A defesa argumentou que Maxwell está sendo usada como um "bode expiatório" após a morte de Epstein e também questionou a capacidade das mulheres de se lembrar de eventos ocorridos há mais de 20 anos.

O julgamento deveria durar até janeiro, mas Maxwell poderá saber seu destino antes do Natal, quando fará 60 anos.

Se o júri não chegar a um veredicto até quarta-feira, as deliberações serão retomadas na próxima segunda-feira.

As acusações datam de 1994 a 2004 e Maxwell se declarou inocente de todas elas. Ela pode ser condenada a até 80 anos de prisão.