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Moradores de ilhas não vacinados são condenados a 'exílio forçado' na Itália

Segundo dados da associação, o percentual de vacinados nas pequenas ilhas é a mesma da média nacional - POOL/REUTERS
Segundo dados da associação, o percentual de vacinados nas pequenas ilhas é a mesma da média nacional Imagem: POOL/REUTERS

05/01/2022 16h37

Roma, 5 Jan 2022 (AFP) - Moradores das pequenas ilhas da Itália que não se vacinaram não vão poder usar o transporte público para viajar para o continente e por esta razão, a partir de segunda-feira, viverão em uma espécie de "exílio forçado".

O caso foi denunciado nesta quarta-feira (5) pela associação que representa os pequenos municípios insulares.

O governo anunciou que só os portadores de passaporte sanitário com certificado de vacinação completa ou que tiverem se curado da covid-19 poderão usar a partir de 10 de janeiro os meios de transporte públicos e o teste negativo, como acontecia até agora, não será suficiente.

"O transporte marítimo e aéreo (...) representa o único vínculo possível" entre os moradores das ilhas e o continente, lamentou a associação em um comunicado.

Proibir o acesso a estes meios de transporte a quem não tem o certificado vacinal "significa condenar estes moradores a um exílio forçado", reforçou Francesco Del Deo, presidente da Associação de Municípios das Pequenas Ilhas (ANCIM), em carta dirigida ao chefe de governo, Mario Draghi.

A associação representa 35 municípios de 87 ilhas pequenas com um total de 240.000 habitantes.

A maioria destas ilhas não tem centros de saúde e algumas contam com apenas um médico uma ou duas vezes por semana durante algumas horas.

"É uma situação complicada", disse à AFP Del Deo, prefeito de uma pequena cidade da ilha de Ischia, em frente à costa napolitana.

O prefeito disse que é favorável à campanha de vacinação, mas que "em uma democracia, os direitos das minorias também devem ser protegidos".

Segundo dados da associação, o percentual de vacinados nas pequenas ilhas é a mesma da média nacional, superior a 85% entre os maiores de 12 anos e de mais de 10% entre as crianças de 5 a 11 anos.