Irã negocia com a Rússia ampliação de usina nuclear
Teerã, 21 Jan 2022 (AFP) - O Irã está negociando com a Rússia a construção de duas novas unidades de produção na única usina nuclear do país, informou nesta sexta-feira (21) um funcionário da Organização de Energia Atômica (OIEA) do país.
"As negociações estão em andamento entre Teerã e Moscou para construir as unidades 2 e 3 da usina de Bushehr (sul), de acordo com o plano da República Islâmica de produzir pelo menos 10.000 MW de eletricidade usando a energia nuclear", declarou o porta-voz do organismo, Behrouz Kamalvandi, citado pelo site do governo.
Moscou construiu a usina de Bushehr, que possui um reator de 1.000 MW, e a entregou oficialmente aos iranianos em setembro de 2013, após anos de atraso.
"O processo de implementação do projeto está ocorrendo quase sem atrasos, apesar dos atrasos nos pagamentos", disse Kamalvandi.
No final de dezembro, o vice-presidente da OIEA, Mahmoud Jafari, anunciou o "atraso de dois anos" na construção dessas unidades, vinculado a "problemas financeiros" que tornam "impossível a transferência da moeda".
Essas negociações acontecem um dia depois de uma visita de dois dias do presidente iraniano Ebrahim Raisi a Moscou, durante a qual ele disse estar determinado a fortalecer as relações com a Rússia.
"Atualmente, o nível de comércio entre os dois países não é aceitável, então os dois países concordaram em aumentar as trocas comerciais para 10 bilhões de dólares por ano em um primeiro passo", disse depois de retornar de Moscou, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin.
O comércio entre o Irã e a Rússia está atualmente em três bilhões de dólares, segundo Teerã.
De acordo com Kamalvandi, "a promoção e o desenvolvimento da energia nuclear entre os dois países" estão entre os "temas importantes discutidos" pelas duas autoridades.
Essas negociações também ocorrem em meio às negociações em Viena para salvar o acordo nuclear internacional iraniano concluído em 2015, com o retorno dos Estados Unidos ao pacto.
Este último ofereceu a Teerã uma redução nas sanções ocidentais e da ONU em troca de seu compromisso de nunca adquirir armas atômicas e uma redução drástica em seu programa nuclear, colocado sob estrito controle da ONU.
Mas o pacto foi afetado em 2018 pela decisão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de se retirar e restaurar as sanções americanas.
Em resposta às sanções, o Irã abandonou a maioria de seus compromissos para suas controversas atividades nucleares que havia aceitado no acordo.
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