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Surto de covid em barco ameaça esforços de resgate em Tonga

Avião da Austrália transportando ajuda de emergência para Tonga após uma erupção devastadora e um tsunami - AFP/Royal Australian Air Force and Australian Defence Force
Avião da Austrália transportando ajuda de emergência para Tonga após uma erupção devastadora e um tsunami Imagem: AFP/Royal Australian Air Force and Australian Defence Force

25/01/2022 06h24Atualizada em 25/01/2022 06h41

Nuku'alofa, Tonga, 25 Jan 2022 (AFP) - Um surto de covid-19 em um navio australiano ameaçou interromper, na terça-feira (25), as entregas de ajuda para Tonga, o pequeno arquipélago do Pacífico atingido por uma violenta erupção vulcânica.

Autoridades australianas disseram que 23 casos de coronavírus foram detectados na tripulação do "HMAS Adelaide", que está transportando um carregamento de ajuda para Nuku'alofa, capital de Tonga.

A erupção de 15 de janeiro provocou um tsunami que alcançou grande parte do Pacífico e cobriu o arquipélago de cinza tóxica. Além disso, destruiu uma ilha desabitada com uma força explosiva maior do que de uma bomba nuclear.

A Austrália lidera os esforços de ajuda internacional, levando água e bens humanitários para este país de 100.000 pessoas.

Tonga é um dos poucos lugares do mundo livre do vírus, e o ministro australiano da Defesa, Peter Dutton, disse que não permitirá que o esforço de socorro ponha essa condição em risco.

O ministro disse que o navio permanecerá no mar, enquanto ele discute com as autoridades de Tonga a possibilidade de tentar uma entrega sem contato.

"Não vamos colocá-los em risco, mas, ao mesmo tempo, queremos entregar ajuda o mais rápido possível", disse Dutton à Sky News Australia.

Nova Zelândia, França, Japão e China também contribuíram para os esforços de socorro em Tonga.

Uma das partes mais atingidas foi a Ilha Mango, o território povoado mais próximo do vulcão Hunga Tonga Hunga Ha'apai, localizado 65 km ao norte de Nuku'alofa.

Kalisi Levani, de 81 anos, contou que a ilha tremeu, e o céu ficou preto enquanto ela ouvia "explosões como sons de tiros".

"Saímos correndo sem levar nada", acrescentou.

O líder comunitário, reverendo Kisina Toetu'u, disse que os ilhéus rezaram durante a noite enquanto as cinzas caíam como chuva.

"Foi na manhã seguinte que alguns homens desceram para procurar uma pessoa desaparecida e viram a devastação. Não havia mais nada", lembrou.