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Acusado de assassinato do presidente do Haiti vai se declarar inocente

Jovenel Moise, presidente do Haiti, durante Assembleia Geral da ONU em 2018 - TIMOTHY A. CLARY/AFP
Jovenel Moise, presidente do Haiti, durante Assembleia Geral da ONU em 2018 Imagem: TIMOTHY A. CLARY/AFP

04/02/2022 16h02

Mario Palacios, um colombiano acusado nos Estados Unidos por seu suposto envolvimento no assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise, irá se declarar inocente dos crimes a ele atribuídos, anunciou seu advogado em Miami, Flórida, nesta sexta-feira (4).

O militar da reserva, de 43 anos, é acusado de participar de "um complô para sequestrar ou assassinar" Moise em julho do ano passado, segundo o Departamento de Justiça dos EUA.

Palacios "vai se declarar inocente", afirmou seu advogado, Alfredo Izaguirre, ao deixar o tribunal de Miami onde o caso está sendo julgado.

O acusado compareceu ao tribunal nesta sexta para a leitura de suas acusações. Mas obteve um adiamento de sua audiência, alegando que não pôde se encontrar com seu advogado, primeiro por estar em quarentena devido à covid-19 e depois pelo fechamento de presídios em todo o país, por causa de uma briga de gangues no Texas.

O colombiano, acusado de fazer parte de um grupo de cerca de 20 homens que matou o presidente haitiano em sua residência em Porto Príncipe, foi preso em 3 de janeiro em um aeroporto do Panamá.

No dia, Palacios estava indo para a Colômbia, mas fez escala no país da América Central após um voo que saiu da Jamaica. Ele foi extraditado para Miami após sua detenção pelas autoridades panamenhas.

A justiça americana tem jurisdição sobre o caso porque a trama contra o presidente haitiano foi coordenada, ao menos em parte, na Flórida.

Outro suspeito do assassinato de Moise, o haitiano-chileno Rodolphe Jaar, de 49 anos, foi indiciado em 20 de janeiro em Miami com as mesmas acusações de Palacios. A República Dominicana o extraditou para os EUA depois de prendê-lo em 7 de janeiro em seu território.

Se Palacios e Jaar forem considerados culpados, estarão sujeitos a uma pena máxima de prisão perpétua.

A Procuradoria dos Estados Unidos garante que o complô contra Moise "inicialmente focava no sequestro do presidente", mas "acabou levando a um plano de assassinato".

Mais de 40 pessoas, incluindo 15 colombianos e americanos de origem haitiana, foram detidas em conexão com a investigação.

No entanto, seguem em aberto muitas questões sobre os motivos do assassinato, que mergulhou o Haiti, um país já atormentado pela pobreza, insegurança e corrupção, em ainda mais incerteza.