Acusado de assassinato do presidente do Haiti vai se declarar inocente
Mario Palacios, um colombiano acusado nos Estados Unidos por seu suposto envolvimento no assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise, irá se declarar inocente dos crimes a ele atribuídos, anunciou seu advogado em Miami, Flórida, nesta sexta-feira (4).
O militar da reserva, de 43 anos, é acusado de participar de "um complô para sequestrar ou assassinar" Moise em julho do ano passado, segundo o Departamento de Justiça dos EUA.
Palacios "vai se declarar inocente", afirmou seu advogado, Alfredo Izaguirre, ao deixar o tribunal de Miami onde o caso está sendo julgado.
O acusado compareceu ao tribunal nesta sexta para a leitura de suas acusações. Mas obteve um adiamento de sua audiência, alegando que não pôde se encontrar com seu advogado, primeiro por estar em quarentena devido à covid-19 e depois pelo fechamento de presídios em todo o país, por causa de uma briga de gangues no Texas.
O colombiano, acusado de fazer parte de um grupo de cerca de 20 homens que matou o presidente haitiano em sua residência em Porto Príncipe, foi preso em 3 de janeiro em um aeroporto do Panamá.
No dia, Palacios estava indo para a Colômbia, mas fez escala no país da América Central após um voo que saiu da Jamaica. Ele foi extraditado para Miami após sua detenção pelas autoridades panamenhas.
A justiça americana tem jurisdição sobre o caso porque a trama contra o presidente haitiano foi coordenada, ao menos em parte, na Flórida.
Outro suspeito do assassinato de Moise, o haitiano-chileno Rodolphe Jaar, de 49 anos, foi indiciado em 20 de janeiro em Miami com as mesmas acusações de Palacios. A República Dominicana o extraditou para os EUA depois de prendê-lo em 7 de janeiro em seu território.
Se Palacios e Jaar forem considerados culpados, estarão sujeitos a uma pena máxima de prisão perpétua.
A Procuradoria dos Estados Unidos garante que o complô contra Moise "inicialmente focava no sequestro do presidente", mas "acabou levando a um plano de assassinato".
Mais de 40 pessoas, incluindo 15 colombianos e americanos de origem haitiana, foram detidas em conexão com a investigação.
No entanto, seguem em aberto muitas questões sobre os motivos do assassinato, que mergulhou o Haiti, um país já atormentado pela pobreza, insegurança e corrupção, em ainda mais incerteza.
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