Topo

Esse conteúdo é antigo

Rússia caminha para 'invasão iminente' da Ucrânia, alertam EUA

Linda Thomas-Greenfield fez alerta sobre possível invasão russa - REUTERS/Joshua Roberts
Linda Thomas-Greenfield fez alerta sobre possível invasão russa Imagem: REUTERS/Joshua Roberts

AFP, Estados Unidos

17/02/2022 11h27Atualizada em 17/02/2022 12h16

A Rússia se dirige para uma "invasão iminente" da Ucrânia, apesar de seus anúncios de retirada de tropas, declarou hoje a embaixadora dos Estados Unidos na ONU (Organização das Nações Unidas), Linda Thomas-Greenfield.

A diplomata disse ter pedido ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, que participar da reunião do Conselho de Segurança da ONU de hoje sobre a Ucrânia "para marcar nosso intenso compromisso com a diplomacia".

Prevista há várias semanas, esta reunião será presidida pelo vice-ministro russo das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Verchinin, e também contará com a presença do vice-ministro britânico para a Europa, James Cleverly.

A caminho da conferência de segurança organizada para este fim de semana em Munique, Blinken chegará à ONU "para deixar claro ao mundo que estamos fazendo todo o possível para evitar uma guerra", acrescentou a embaixadora americana, que tem status de secretária no gabinete de Joe Biden.

"Nosso objetivo é transmitir a gravidade da situação", porque "este é um momento crucial", insistiu Linda Thomas-Greenfield.

Blinken destacará "nosso intenso compromisso com a diplomacia, oferecerá e destacará o caminho para a desescalada", completou.

Alegando semelhanças com a fase que antecedeu a incursão de Moscou à Geórgia, em 2008, um funcionário do Departamento de Estado disse à imprensa que Washington observou com preocupação, na quarta-feira, como o governo russo continua estimulando o conflito, embora se pronuncie na direção contrária.

Um alerta nesse mesmo sentido foi lançado nesta quinta pelo secretário de Defesa dos EUA, general Lloyd Austin, segundo o qual a Rússia poderá usar desculpas para invadir o país vizinho, após "preocupantes" relatos sobre bombardeios em regiões controladas por separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

"Vimos as informações sobre os bombardeiros, e é algo realmente preocupante. Já dissemos que os russos poderiam fazer algo como isso para justificar um conflito militar", advertiu Austin, em declarações à imprensa após uma reunião de ministros da Defesa da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Bruxelas.

Assim como outras autoridades do governo americano, o general Lloyd Austin reforça que a Rússia continua aumentando seu contingente e capacidade militares na fronteira com a Ucrânia.

O secretário afirma que o número de soldados russos se aproxima de 150.000, destacando que "vemos que algumas dessas tropas se aproximam, pouco a pouco, dessa fronteira".

Os aliados da Otan - completou Austin - detectaram forças russas "voando em mais aviões de combate e de apoio. Estamos vendo-os aguçar sua prontidão no Mar Negro. Estamos vendo-os, inclusive, se abastecer de sangue".

Forças ucranianas e separatistas pró-russos na região leste de Lugansk trocaram acusações nesta quinta de uma escalada nos combates.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que o bombardeio danificou um jardim de infância, classificando-o de "grande provocação".

Assim como o general Lloyd Austin, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que a aliança militar está "preocupada" com a possibilidade de a Rússia buscar um pretexto para invadir o território vizinho.

"Ainda não há clareza, nem certeza, sobre as intenções russas. Não sabemos o que vai acontecer", acrescentou.