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OMS expande acesso à tecnologia de vacina de RNA para cinco países

OMS expandiu o acesso à tecnologia baseada em RNA mensageiro para fabricar vacinas contra a covid-19 em Bangladesh, Indonésia, Paquistão, Sérvia e Vietnã - Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
OMS expandiu o acesso à tecnologia baseada em RNA mensageiro para fabricar vacinas contra a covid-19 em Bangladesh, Indonésia, Paquistão, Sérvia e Vietnã Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

23/02/2022 12h51Atualizada em 23/02/2022 13h16

A OMS expandiu nesta quarta-feira (23) o acesso à tecnologia baseada em RNA mensageiro para fabricar vacinas em Bangladesh, Indonésia, Paquistão, Sérvia e Vietnã para aumentar os centros de produção de imunizantes contra a covid-19.

A candidatura destes países "foi analisada por um grupo de especialistas e eles provaram que têm capacidade para absorver a tecnologia e, com a ajuda de uma formação orientada, passar para a fase de produção com relativa rapidez", sublinha um comunicado de imprensa da Organização Mundial da Saúde.

O anúncio faz parte da estratégia da organização da ONU de multiplicar os locais de produção das vacinas de RNAm - que se mostraram entre as mais eficazes no combate ao coronavírus - e, assim, combater com a maior eficácia possível a desigualdade vacinal.

Esses novos países parceiros se beneficiarão da transferência de tecnologia do centro criado pela OMS na África do Sul.

Na semana passada, a organização da ONU já havia designado seis países africanos para hospedar sua própria produção de vacinas de mRNA.

África do Sul, Egito, Quênia, Nigéria, Senegal e Tunísia foram escolhidos pela OMS para permitir que o continente africano, que mais tem sofrido com o acesso às vacinas anticovid, fabrique suas próprias vacinas para combater a pandemia de coronavírus, mas também outras doenças.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou em uma apresentação nesta quarta-feira como o rápido desenvolvimento de vacinas contra a covid tornou possível combater a pandemia de forma mais eficaz.

Mas lembrou também que nem todos se beneficiaram com isso: se os países ricos recomendam três doses, os países pobres têm dificuldade em vacinar, inclusive os profissionais da saúde.

"A desigualdade está muito relacionada ao fato de que, globalmente, a produção de vacinas está concentrada principalmente em um punhado de países ricos", disse Tedros.

E para ele "uma das lições mais óbvias a serem aprendidas com a pandemia de covid-19 é que a produção local de vacinas deve ser aumentada, principalmente em países de baixa e média renda".

Até agora, apenas a Pfizer-Biontech e a Moderna desenvolveram vacinas de RNAm.

O centro sul-africano já está produzindo vacinas de RNAm em laboratório, mas ainda precisa passar por testes clínicos e aprovações, a menos que a Pfizer-Biontech e a Moderna concordem em compartilhar seus conhecimentos para acelerar o processo.

Quase 62% da população mundial recebeu pelo menos uma injeção da vacina anticovid, todos os tipos combinados. No entanto, apenas 11,3% dos africanos foram totalmente vacinados no início de fevereiro.