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Nicarágua: opositora Cristiana Chamorro é condenada a oito anos de prisão

31.mai.21 - Principal figura da oposição da Nicarágua, Cristiana Chamorro dá uma entrevista coletiva após sua prisão por 90 dias por suposta lavagem de ativos - INTI OCON/AFP
31.mai.21 - Principal figura da oposição da Nicarágua, Cristiana Chamorro dá uma entrevista coletiva após sua prisão por 90 dias por suposta lavagem de ativos Imagem: INTI OCON/AFP

22/03/2022 06h42Atualizada em 22/03/2022 07h13

A jornalista Cristiana Chamorro, ex-pré-candidata à presidência da Nicarágua, foi condenada na segunda-feira (21) a oito anos de prisão após ser declarada culpada dias atrás por crimes atribuídos a ela pelo governo de Daniel Ortega.

Cristiana, de 68 anos, seguirá sob prisão domiciliar, regime no qual se encontra desde junho, informou o independente Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), que acompanha os processos contra opositores detidos.

Ela foi condenada por crimes como lavagem de direito e apropriação indébita. As autoridades não revelaram detalhes sobre a sentença.

Segundo o Ministério Público, os crimes teriam sido cometidos por meio da Fundação Violeta Barrios de Chamorro (FVBCH), ONG que tem o nome da ex-presidente da Nicarágua (1990-1997) e mãe de Cristiana, dedicada a promover a liberdade de imprensa e de expressão.

"Tenho a obrigação de seguir este legado familiar de defesa da liberdade de expressão", declarou diante de um juiz a opositora, filha do jornalista e diretor de redação do jornal La Prensa, Pedro Joaquín Chamorro, assassinado em 1978.

Na segunda-feira também foi condenado a nove anos de prisão, pelo mesmo caso da Fundação, Pedro Joaquín Chamorro, irmão de Cristiana. Joaquín permanecerá na penitenciária da Direção de Assistência Judicial (DAJ) da Polícia, conhecida como El Chipote.

Dois funcionários da FVBCH, fora de operação desde o ano passado, e o motorista Cristiana também receberam sentenças de até 13 anos de prisão.