Europa tem capacidade de substituir gás russo, garante Borrell
A Europa têm capacidade de substituir o gás que vem da Rússia, afirmou Josep Borrell, chefe da diplomacia europeia, em visita ao Chile nesta quinta-feira (28) após o corte do combustível que o gigante energético estatal russo Gazprom realizou na quarta na Polônia e na Bulgária.
O corte no abastecimento de ambos os países depois da advertência do presidente russo, Vladimir Putin, de que não aceitaria pagamentos que não fossem em rublos, moeda russa, pelo gás, como resposta às sanções econômicas ocidentais contra Moscou, alimenta os temores de uma escassez do combustível em todo o continente europeu.
"Temos a capacidade para reabastecer os estoques de gás e distribuí-los entre nós, porque não é apenas um via de mão única. Dentro da rede europeia, o gás pode circular de um país para outro", explicou Borrell em uma conferência de imprensa esta quinta-feira em Santiago, onde está em visita oficial.
"Todos os estados membros estão unidos em uma resposta solidária, o que acontece com a Polônia e a Bulgária também acontece com a União como um todo", lembrou.
Em seu segundo dia de visita ao Chile, Borrell explicou que por "diretrizes da Comissão Europeia" os contratos de gás com a Rússia foram cumpridos estritamente "nos termos que estão previstos".
"Onde diz que você tem que pagar em euros e dólares, eles serão pagos em euros e dólares. Naturalmente, a Rússia fará todo o possível para tentar fazer esses pagamentos de uma forma que nos coloque em dificuldade. Faz parte das regras do jogo", afirmou.
Borrell também sustentou que, embora a Europa não tenha decidido interromper drasticamente as compras do gás russo, "isso não significa que (esta medida) não será considerada novamente em vista dos eventos e de como eles estão se desenvolvendo".
Segundo Borrell, as sanções econômicas por parte do ocidente "debilitaram e muito a economia russa", mas admitiu que "de uma maneira imediata não tem a capacidade milagrosa de deter os ataques russos que, pelo contrário, se intensificaram".
O chefe da diplomacia europeia afirmou que "a UE continuará a ajudar militarmente a Ucrânia".
"Não fazemos nada além de ajudar a defender um país atacado sem qualquer justificativa", acrescentou o chefe da diplomacia europeia, que se reuniu na quarta-feira com o presidente do Chile, Gabriel Boric.
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