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ONU acusa Israel de ser a principal causa do conflito com os palestinos

Polícia de fronteira israelense persegue jovens palestinos em Jerusalém - AHMAD GHARABLI / AFP
Polícia de fronteira israelense persegue jovens palestinos em Jerusalém Imagem: AHMAD GHARABLI / AFP

07/06/2022 12h25Atualizada em 07/06/2022 12h34

A ocupação de territórios palestinos por Israel e a discriminação da população palestina são "as causas principais" das tensões recorrentes e da instabilidade, segundo uma comissão de investigação encarregada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Israel, que se recusou a cooperar com a comissão, considerou "que o relatório é parcial e tendencioso, desqualificado por seu ódio ao Estado de Israel e baseado em informações parciais e segmentadas", segundo uma nota de seu Ministério de Relações Exteriores.

"As conclusões e recomendações relacionadas às causas profundas (do conflito, NDLR) apontam, em sua grande maioria, para Israel, o que entendemos como um indicativo da natureza desproporcional do conflito e a realidade de um Estado que ocupa outro", escreve a presidente da comissão, a sul-africana e a alta comissária para os direitos humanos, Navanethem Pillay.

"Encerrar a ocupação de territórios por parte de Israel, em cumprimento às resoluções do Conselho de Segurança, segue sendo crucial para pôr fim ao ciclo persistente de violência", afirmou o primeiro relatório para esta comissão.

"O que se transformou em uma situação de ocupação permanente foi citada pelas partes interessadas palestinas e israelenses como uma das raízes das tensões recorrentes, da instabilidade e da prorrogação de um conflito tanto nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, como em Israel", continua o texto.

O relatório especifica que o documento foi entregue antes de sua publicação para as autoridades palestinas e israelenses.

Para denunciar a publicação, cerca de vinte estudantes e reservistas do exército israelense se manifestaram nesta terça-feira em frente à sede das Nações Unidas em Genebra.

Alguns se disfarçaram de membros do movimento armado palestino Hamas, com o rosto coberto por balaclavas pretas e uniformes militares.

"Nós matamos civis e a ONU nos protege", gritavam, enquanto outros usavam máscaras com o rosto do líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar.