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Coreia do Norte gastou até US$ 650 millhões em testes de armas

Míssil balístico disparado pela Coreia do Norte durante teste, em imagem divulgada pela agência oficial norte-coreana KCNA em 10 de outubro de 2021 - KCNA via REUTERS
Míssil balístico disparado pela Coreia do Norte durante teste, em imagem divulgada pela agência oficial norte-coreana KCNA em 10 de outubro de 2021 Imagem: KCNA via REUTERS

09/06/2022 08h37Atualizada em 09/06/2022 08h55

A Coreia do Norte gastou até 650 milhões de dólares este ano em seus testes de armas, uma quantia que poderia ter sido utilizada para comprar vacinas para toda a população, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira.

O regime de Kim Jong Un gastou entre 400 e 650 milhões de dólares no desenvolvimento e nos testes de 33 mísseis disparados este ano, segundo um relatório do Instituto Coreano de Análises de Defesa (KIDA).

A quantia poderia ter "permitir contra-atacar a crise alimentar deste ano e fornecer uma dose única da vacina contra a covid-19 a todos os norte-coreanos", destaca o relatório do KIDA, um centro de pesquisas vinculado ao governo sul-coreano.

Pyongyang executou 18 testes de armas desde o início do ano, um recorde, e prosseguiu com as operações, apesar do surto de covid-19 que atingiu o país em maio, que já infectou mais de 4,3 milhões de pessoas.

Embora a imprensa estatal afirme que a epidemia de coronavírus está sob controle, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou na semana passada que a situação está "piorando".

"Como exige a ativação do dispositivo de combate à epidemia de máxima urgência, pedimos a todos os funcionários que sigam rigorosamente as regras contra a epidemia", declarou nesta quinta-feira à AFP Kim Hye Kyong, chefe de saúde em Pyongyang.

A Coreia do Norte rejeitou em várias ocasiões as propostas da OMS para fornecer vacinas. Também ignorou ofertas de ajuda médica da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.

O país enfrenta ainda uma escassez de alimentos, situação que se agravou com o bloqueio autoimposto para evitar a pandemia e com as sanções internacionais contra seu programa de armas.