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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Cidade estratégica do leste da Ucrânia sofre bombardeios intensos da Rússia

Homem caminha ao lado de prédio danificado por ataque militar na cidade de Lysychansk, na Ucrânia - Oleksandr Ratushniak/Reuters
Homem caminha ao lado de prédio danificado por ataque militar na cidade de Lysychansk, na Ucrânia Imagem: Oleksandr Ratushniak/Reuters

Da AFP

22/06/2022 16h16Atualizada em 22/06/2022 16h51

As tropas russas bombardeiam "em larga escala" Lysychansk, uma cidade estratégica do leste da Ucrânia, que resistirá "o tempo que for necessário", afirmou nesta quarta-feira (22) o governador regional, na véspera de uma reunião de cúpula que pode conceder à Ucrânia o status oficial de candidata a integrar a União Europeia (UE).

"O exército russo bombardeia em larga escala Lysychansk, com canhões, mísseis, bombas aéreas, lança-mísseis... Destroem tudo", declarou Serhiy Haiday, governador da região de Luhansk, localizada na bacia de mineração do Donbass.

Além disso, o exército russo já ocupa dois terços de Severodonetsk, separada de Lysychansk pelo rio Donets.

"Nossos rapazes mantêm suas posições e seguirão nelas o tempo que for necessário", disse Haiday, ao acrescentar que Severodonetsk vivia "um inferno".

Um representante dos separatistas pró-russos que controlam parte do Donbass desde 2014 afirmou que o cerco sobre as forças ucranianas estava se fechando nas duas cidades-gêmeas.

"Em breve, os grupos [ucranianos] em Lysychansk e Severodonetsk serão cercados", disse Andrey Marochko à emissora de televisão estatal russa.

'Plano Marshall'

Em Lysychansk, um ataque russo deixou um enorme buraco em uma delegacia e danificou um bloco de apartamentos próximo. As autoridades informaram que 20 policiais ficaram feridos.

O Ministério da Defesa da Rússia assumiu responsabilidade por um ataque em Mykolaiv, mais ao sul, que deixou vários soldados ucranianos mortos.

O bombardeio atingiu duas empresas, uma escola e provocou um incêndio, segundo o prefeito desta localidade ucraniana, Oleksandr Senkevuch.

As autoridades russas afirmaram que dois drones ucranianos haviam bombardeado uma refinaria de petróleo na região russa de Rostov, fronteiriça com a Ucrânia, sem causar vítimas.

O chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz, estimou que a reconstrução da Ucrânia necessitará de "um plano Marshall", em referência aos investimentos maciços de recursos americanos para reconstruir a Europa Ocidental depois da Segunda Guerra Mundial.

Desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, A Ucrânia conta com o apoio de Estados Unidos e da UE, que realizará nos próximos dois dias uma reunião de cúpula em Bruxelas para decidir se concede à ex-república soviética o status de candidato à adesão.

"Vou fazer tudo para que se aprove a histórica decisão da União Europeia. É importante para nós", disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Por outro lado, Zelensky reivindica mais armas às potências ocidentais para conter a ofensiva russa no leste.

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) denunciou o "nível chocante" do sofrimento que a violência da guerra na Ucrânia provoca nos civis, vítimas de "ataques indiscriminados constantes".

Sem 'acordos concretos'

Um navio de carga turco zarpou nesta quarta-feira do porto ucraniano de Mariupol, cidade controlada pelas tropas russas desde maio, após negociações entre Ancara e Moscou para permitir a saída de grãos bloqueados pela guerra.

Milhões de toneladas de grãos estão acumulados nos portos ucranianos, provocando escassez em muitos países e uma disparada de preços em todo o mundo.

A Ucrânia atribui a crise alimentar ao bloqueio feito pela Rússia dos portos no Mar Negro. Moscou, por outro lado, diz que a crise é consequência das sanções ocidentais que restringiram o seu comércio com o resto do mundo.

A ONU tenta mediar um acordo, mas a Ucrânia exige o desbloqueio de seus portos.

"A segurança continua sendo um elemento-chave da posição da Ucrânia", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko.

Escalada

A Rússia alertou que as restrições impostas pela Lituânia ao tráfego ferroviário com o enclave russo de Kaliningrado terá consequências "graves" para o país do Báltico, que é membro da Otan e da UE.

O enclave russo fica a 1.600 quilômetros de Moscou, entre Lituânia, Polônia e o Mar Báltico.

A Lituânia, por sua vez, garante que se limita a cumprir as sanções europeias contra a Rússia pela invasão da Ucrânia.

Já a Estônia, outra república do Báltico e que faz fronteira com a Rússia, acusou Moscou de intensificar sua retórica bélica antes da cúpula da Otan na próxima semana.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participará por videoconferência dessa reunião, segundo o Ministério de Relações Exteriores da Espanha.