Macau tem primeira semana de confinamento desde o início da pandemia
Macau iniciou nesta segunda-feira (11) seu primeiro confinamento desde o começo da pandemia, com o objetivo de conter a onda de coronavírus mais grave registrada até o momento, e o governo de Hong Kong afirmou que está considerando adotar o sistema de controle sanitário da China continental.
O governo de Macau, ex-colônia portuguesa, anunciou uma semana de confinamento a partir desta segunda-feira depois de registrar mais de 1.500 contágios nas últimas três semanas, apesar das campanhas de testes obrigatórios na cidade de 650.000 habitantes.
Este é o primeiro confinamento em mais de dois anos em Macau, o que acaba com um acordo entre o governo local e os cassinos de que apenas os estabelecimentos onde foram detectados casos de covid seriam fechados temporariamente.
O anúncio provocou a queda dos preços das ações dos operadores de cassinos na cidade chinesa.
Os seis grandes grupos do setor de apostas - Sands China, Galaxy Entertainment, SJM Holdings, Melco International, MGM China e Wynn Macau - registraram quedas de entre 5% e 8% em suas ações na Bolsa de Hong Kong - o principal índice da Bolsa local, o Hang Seng, encerrou a sessão de segunda-feira em queda de 2,77%.
Macau é o único lugar da China em que os cassinos são permitidos, mas a pandemia afetou consideravelmente esta fonte de receita da região semiautônoma, que adotou uma estratégia de "covid zero" similar a de Pequim.
A partir desta segunda-feira, os moradores só podem sair de casa para comprar produtos de primeira necessidade e para fazer testes de covid.
Alguns serviços públicos e estabelecimentos comerciais, como supermercados e farmácias, podem permanecer abertos. O transporte só pode ser utilizado por pessoas com autorização ou com um código que comprove seu baixo risco para a saúde.
A China usa aplicativos para rastrear a população e os surtos de covid. Apenas as pessoas com um código verde estão autorizadas a deslocamentos com liberdade.
O governo de Hong Kong, vizinho de Macau, planeja adotar o mesmo sistema, anunciou nesta segunda-feira o novo ministro da Saúde da cidade, Lo Chung-mau.
"O que é classificado como liberdade pode ser, às vezes, confundido facilmente com egoísmo", disse o ministro.
"As pessoas infectadas não deveriam ter a liberdade de seguir para onde desejam e afetar nossa saúde", acrescentou.
Hong Kong está em um processo de reforma para seguir o estilo do governo autoritário que administra a China continental desde os grandes protestos pró-democracia de 2019.
A cidade chinesa de Xangai registrou no fim de semana mais de 120 casos de covid, incluindo o primeiro da muito contagiosa subvariante ômicron BA.5, o que forçou as autoridades a determinar uma nova série de testes de detecção em larga escala.
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