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Coreia do Norte dispara novos mísseis e Sul cita 'séria provocação'

09.out.22 - Pessoas assistem a um noticiário mostrando imagens de arquivo de um teste de míssil norte-coreano, em uma estação ferroviária em Seul - ANTHONY WALLACE/AFP
09.out.22 - Pessoas assistem a um noticiário mostrando imagens de arquivo de um teste de míssil norte-coreano, em uma estação ferroviária em Seul Imagem: ANTHONY WALLACE/AFP

09/10/2022 08h55Atualizada em 09/10/2022 10h55

A Coreia do Norte disparou no mar dois mísseis balísticos na madrugada deste domingo, segundo o Exército sul-coreano, em meio a tensões sobre os exercícios militares liderados pelos Estados Unidos na região.

O Exército da Coreia do Sul informou que "detectou dois mísseis balísticos de curto alcance entre 1h48 e 1h58 (13h48-13h58 de sábado no horário de Brasília) disparados da região de Munchon, na província de Kangwon, no Mar do Japão.

Os mísseis "voaram aproximadamente 350 km a uma altura de 90 km", disse o Estado-Maior Conjunto de Seul em comunicado, chamando o lançamento de "séria provocação".

Pyongyang defendeu no sábado sua última salva de disparos de mísseis como uma resposta legítima às "ameaças militares americanas" após vários dias de exercícios militares conjuntos entre Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos.

Este é o sétimo lançamento de míssil em duas semanas.

O Japão também confirmou os lançamentos, com sua Guarda Costeira dizendo que os mísseis caíram fora da zona de exclusão econômica do Japão.

O vice-ministro da Defesa japonês, Toshiro Ino, observou que "um dos dois pode ter sido um míssil balístico lançado por submarino (SLBM)".

Seul informou em setembro que havia detectado sinais de que o Norte estava se preparando para lançar um SLBM, uma arma que Pyongyang testou em maio.

Por sua vez, o Comando Indo-Pacífico dos EUA disse em comunicado que estava "ciente do lançamento dos dois mísseis balísticos e está em consulta com nossos aliados e parceiros".

Declarou ainda que o lançamento reflete a natureza "desestabilizadora" do programa de mísseis da Coreia do Norte.

Os lançamentos de domingo são os mais recentes de uma onda que incluiu mísseis balísticos de alcance intermediário disparados sobre o Japão.

Na quinta-feira, Pyongyang disparou dois mísseis balísticos, no mesmo dia dos exercícios conjuntos de Seul, Tóquio e Washington com a presença de um destróier do grupo de ataque do porta-aviões americano "USS Ronald Reagan".

As Forças sul-coreanas mobilizaram 30 caças na quinta-feira depois que dois aviões militares norte-coreanos realizaram um "voo de formação ao norte da fronteira aérea intercoreana".

Os Estados Unidos moveram o porta-aviões para águas ao sul da Coreia do Sul como parte de uma resposta mais ampla ao teste da Coreia do Norte na terça-feira.

Analistas acreditam que Pyongyang continuará com seus testes de armas e está confiante de que a paralisação na ONU em razão da guerra na Ucrânia impedirá a aplicação de novas sanções.

O Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião de emergência na semana passada para discutir os lançamentos de mísseis, mas na reunião, a China acusou Washington de provocar a série de lançamentos e "envenenar o ambiente de segurança regional".

A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, pediu o "reforço" das sanções existentes contra a Coreia do Norte, algo que China e Rússia vetaram em maio.