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Oposição diz que Belarus está sob ocupação e que governo não controla russos

Svetlana Tikhanovskaya, líder da oposição em Belarus - 31.jul.2020 - Sergei Gabon/AFP
Svetlana Tikhanovskaya, líder da oposição em Belarus Imagem: 31.jul.2020 - Sergei Gabon/AFP

14/11/2022 10h24Atualizada em 14/11/2022 11h09

A líder da oposição bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya afirmou nesta segunda-feira (14) que seu país está sob uma "ocupação militar" de fato pela Rússia e pediu à União Europeia (UE) que mantenha pressão sobre o governo de Alexander Lukashenko.

"Devo dizer que Belarus está de fato sob ocupação militar", disse a líder da oposição à AFP depois de se reunir com ministros das Relações Exteriores europeus em Bruxelas.

De acordo com Tikhanovskaya, Lukashenko não "controla a presença de tropas russas" ou a implantação de equipamentos militares russos no território de seu país.

"Ele simplesmente tem que concordar com tudo, porque sabe que sem o apoio do [presidente russo Vladimir] Putin, não sobreviverá politicamente em Belarus", afirmou.

Um anúncio no mês passado de um destacamento conjunto Belarus-Rússia alimentou temores de que o governo em Minsk possa estar se preparando para enviar suas tropas para a Ucrânia.

No entanto, Tikhanovskaya insistiu que os soldados bielorrussos se recusariam a entrar na guerra, e "Lukashenko sabe disso".

A opositora acrescentou que até agora a oposição "não viu nenhum sinal" de que armas nucleares russas tenham sido instaladas em território bielorrusso.

Tikhanovskaya vive no exílio depois de fugir da brutal repressão lançada contra os protestos que eclodiram quando Lukashenko reivindicou a vitória nas eleições realizadas em 2020, cujo resultado não é reconhecido pela UE.

Por isso, exortou a UE a não "esquecer" a repressão em Belarus, já que agora o foco está na Ucrânia, e a fechar as brechas nas sanções adotadas pela UE contra o governo de Lukashenko.

"A situação em Belarus está piorando. O número de presos políticos está aumentando, as prisões continuam e as pessoas são condenadas a anos e anos de prisão", disse ele.

"Pedimos ao mundo que seja persistente e consistente, e não perdoe ou esqueça o que o regime fez e continua fazendo", insistiu.