Mísseis russos miram rede de energia e Ucrânia tenta restaurar serviço para sair do escuro
A Ucrânia tentava nesta terça-feira (6) restaurar o serviço de energia elétrica após os últimos ataques russos, que provocaram apagões em todo o país, em um momento de frio intenso.
Dos 70 mísseis lançados por Moscou na segunda-feira, "a maioria" foi derrubada, afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas os demais atingiram a já danificada infraestrutura de energia do país.
Novos apagões foram registrados em todo o território como consequência dos ataques, informou no Telegram a empresa Ukrenergo.
O presidente da Ukrenergo, Volodimir Kudrytskyi, disse que "não há dúvida de que os militares russos consultaram engenheiros do setor de energia durante o ataque", com base no local de queda dos mísseis.
"O momento escolhido pelos russos para o ataque tem relação com seu desejo de provocar o maior dano possível", declarou Kudrytskyi, ao destacar que os ataques foram executados no início do período mais frio no país.
"Nossas equipes vão trabalhar para reparar o sistema", acrescentou.
Quase metade dos sistemas de energia da Ucrânia foram danificados após meses de ataques à infraestrutura do país, o que deixa os moradores no escuro por horas em um momento de temperaturas abaixo de zero.
O comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, que iniciou uma visita de quatro dias ao país no fim de semana, foi obrigado a transferir suas reuniões com ativistas para um refúgio subterrâneo.
Zelensky anunciou em um discurso durante a noite que quatro pessoas morreram nos ataques russos.
"Mas o nosso povo nunca se rende", afirmou.
Ao mesmo tempo, o governador da região russa de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, afirmou nesta terça-feira que um drone atacou uma base aérea da localidade, onde um tanque de armazenamento de petróleo pegou fogo.
Na segunda-feira, a Rússia acusou a Ucrânia por dois ataques com drones contra bases aéreas nas regiões de Saratov e Ryazan, que teriam matado três soldados.
Ao mesmo tempo, o Kremlin confirmou um ataque em larga escala contra "sistemas ucranianos de comando militar e instalações de defesa, comunicação e energia".
Os ataques aconteceram depois que a Rússia rejeitou o teto imposto pelo Ocidente ao preço do barril de petróleo do país, ao mesmo tempo que advertiu que medida não afetará a ofensiva na Ucrânia.
O teto de 60 dólares por barril estabelecido por União Europeia (UE), G7 e Austrália pretende restringir a receita russa, enquanto garante que Moscou prossegue com o abastecimento ao mercado mundial.
O atual preço de mercado do barril de petróleo russo é de 65 dólares, um pouco acima do teto de US$ 60, o que sugere que a medida terá pouco impacto a curto prazo.
Esta é a mais recente de uma série de medidas dos países ocidentais contra a Rússia, o segundo maior exportador mundial de petróleo, desde que o presidente Vladimir Putin ordenou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.
A UE também anunciou um embargo às entregas marítimas de petróleo russo, que entrou em vigor na segunda-feira.
O embargo impedirá os envios marítimos de petróleo russo para a UE, que representam dois terços das importações de petróleo do bloco a partir da Rússia, o que deixaria Moscou acesso a bilhões de dólares.
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